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Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

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122<<strong>br</strong> />

DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

2) O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), principal mecanismo de<<strong>br</strong> />

captação de recursos, criado em 1966, que se destina a substituir o antigo sistema de<<strong>br</strong> />

indenização, que paga aos trabalhadores demitidos “sem justa causa”, e a legitimar o<<strong>br</strong> />

fim da estabilidade do emprego. Mediante o confisco de 8% do salário mensal dos<<strong>br</strong> />

trabalhadores enquadrados <strong>no</strong> regime da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas –<<strong>br</strong> />

, institui-se <strong>com</strong>o forma de poupança <strong>com</strong>pulsória de parte do salário, que o Gover<strong>no</strong><<strong>br</strong> />

transforma administrativamente em capital imobiliário, via repasses do BNH aos<<strong>br</strong> />

agentes financeiros e aos promotores do setor imobiliário e urbanístico.<<strong>br</strong> />

Com a criação do BNH, o gover<strong>no</strong> institui um sistema mais moder<strong>no</strong> de “engenha-<<strong>br</strong> />

ria social”, enquadrada na lógica do lucro, para suplantar o sistema anterior de corrupção<<strong>br</strong> />

primária e de clientelismo paternalista. O <strong>com</strong>bate ao subsídio, na perspectiva de uma<<strong>br</strong> />

política autossustentada, e o reconhecimento da necessidade do subsídio, para o atendi-<<strong>br</strong> />

mento às famílias de me<strong>no</strong>r renda, caracterizam, respectivamente, os dois momentos de<<strong>br</strong> />

atuação do BNH.<<strong>br</strong> />

Registra-se, na primeira fase, um longo período de significativos recursos para in-<<strong>br</strong> />

vestimentos e de produção sistemática em habitação popular, embora não tenha viabilizado<<strong>br</strong> />

formas de atendimento à população de baixa renda, cujo número crescia nas grandes cida-<<strong>br</strong> />

des, face ao expressivo processo de urbanização do período. Dos 4,5 milhões de moradias<<strong>br</strong> />

construídas <strong>com</strong> financiamentos do Sistema Financeiro de Habitação, entre 1964-86, ape-<<strong>br</strong> />

nas 1,5 milhão (33%) desti<strong>no</strong>u-se à população de baixa renda, sempre em conjuntos<<strong>br</strong> />

habitacionais localizados nas periferias urbanas, onde à terra era barata por não haver aces-<<strong>br</strong> />

so a infraestruturas de saneamento básico e transporte coletivo, nem equipamentos <strong>com</strong>u-<<strong>br</strong> />

nitários de educação, saúde, lazer e cultura, e não apresentar oferta de empregos.<<strong>br</strong> />

O Programa Construção de Conjuntos Habitacionais, tradicionalmente implanta-<<strong>br</strong> />

dos na primeira fase de atuação do BNH, formulado sem subsídio, estabelecia um patamar<<strong>br</strong> />

de acesso que inviabilizava as famílias <strong>com</strong> renda abaixo de 2 salários mínimos. Suas dire-<<strong>br</strong> />

trizes eram extensivas a todos os municípios <strong>br</strong>asileiros, apesar das suas profundas diferen-<<strong>br</strong> />

ças em termos de necessidades habitacionais (Souza, 1991, 1993).

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