Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br
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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />
Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />
A reforma urbana, as políticas territoriais e a questão<<strong>br</strong> />
urbana-rural: uma integração necessária<<strong>br</strong> />
Considerações Iniciais<<strong>br</strong> />
Lívia Izabel Bezerra de Miranda 1<<strong>br</strong> />
Pretende-se, neste artigo, <strong>com</strong>partilhar algumas reflexões so<strong>br</strong>e as formas de abordagem<<strong>br</strong> />
da questão urbana <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, a fim de contribuir para a proposta de construção da<<strong>br</strong> />
política nacional de desenvolvimento urba<strong>no</strong>. O enfrentamento do desafio urba<strong>no</strong> <strong>no</strong> País<<strong>br</strong> />
esbarra na falta de uma política de Estado que integre as dimensões do desenvolvimento<<strong>br</strong> />
urba<strong>no</strong> <strong>com</strong> as do desenvolvimento territorial nas escalas regional e local. Nessa perspectiva,<<strong>br</strong> />
a construção do Sistema Nacional de <strong>Desenvolvimento</strong> Urba<strong>no</strong> deve superar a<<strong>br</strong> />
setorização, enfrentar o desafio de potencializar a diversidade das configurações territoriais<<strong>br</strong> />
dos municípios <strong>br</strong>asileiros e dialogar estreitamente <strong>com</strong> as dinâmicas territoriais que os<<strong>br</strong> />
envolvem.<<strong>br</strong> />
O exercício do planejamento urba<strong>no</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> concentrou-se classicamente <strong>no</strong><<strong>br</strong> />
enfrentamento da problemática das grandes aglomerações, as Regiões Metropolitanas. Na<<strong>br</strong> />
década de 1970, tais regiões reuniam não somente as mais fortes tensões sociais <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
também os interesses econômicos nacionais e internacionais. Nesse contexto, a<<strong>br</strong> />
institucionalização das Regiões Metropolitanas expressava uma estratégia nacional que<<strong>br</strong> />
conseguia integrar as estratégias do desenvolvimento econômico e dialogava estreitamente<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> as políticas de desenvolvimento urba<strong>no</strong>. Na escala regional, a intensificação da industrialização,<<strong>br</strong> />
da migração e da urbanização configuraram processos <strong>com</strong>plexos de organização<<strong>br</strong> />
espacial, pautados pelo domínio das dinâmicas urbanas e por seu avanço em direção às<<strong>br</strong> />
zonas rurais. Tais processos foram caracterizados pela fragmentação <strong>no</strong> consumo dos espaços<<strong>br</strong> />
rurais, e, moldados pela resistência do rural tradicional, político-cultural e eco<strong>no</strong>micamente<<strong>br</strong> />
consolidados.<<strong>br</strong> />
O caráter regional e territorial integrado conferido à política de desenvolvimento<<strong>br</strong> />
urba<strong>no</strong> perdeu força ao longo dos a<strong>no</strong>s 1980, devido à crise que tomou conta do Estado<<strong>br</strong> />
1 Educadora da FASE PE e Pesquisadora do Observatório das Metrópoles Pernambuco<<strong>br</strong> />
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