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Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

Para o MDA (2005), o principal desafio da sociedade <strong>br</strong>asileira consiste em banir a<<strong>br</strong> />

fome e a miséria que assolam cerca de ¼ da população. A solução definitiva virá apenas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> profundas transformações democráticas na sociedade, definindo um <strong>no</strong>vo paradigma<<strong>br</strong> />

nas relações entre o Estado e a Sociedade, por meio de políticas públicas duradouras e<<strong>br</strong> />

a<strong>br</strong>angentes, <strong>com</strong> instrumentos focados nas transformações pretendidas, que estimulem o<<strong>br</strong> />

desenvolvimento descentralizado e a autogestão, sendo i<strong>no</strong>vador e re<strong>no</strong>vador para estar à<<strong>br</strong> />

altura das necessidades e anseios da sociedade <strong>br</strong>asileira.<<strong>br</strong> />

Assim, de acordo <strong>com</strong> a política defendida por esse Ministério, nada seria mais<<strong>br</strong> />

i<strong>no</strong>vador que o desenvolvimento endóge<strong>no</strong> 2 dos territórios rurais, visto a partir de uma<<strong>br</strong> />

perspectiva territorial 3 . Com isso, o MDA pretende ampliar a capacidade de mobilização,<<strong>br</strong> />

organização, diagnóstico, planejamento e autogestão das populações locais. Busca, ainda,<<strong>br</strong> />

definir as políticas públicas a partir das demandas emanadas das <strong>com</strong>unidades e organizações<<strong>br</strong> />

da sociedade civil, reconhecendo as especificidades de cada território e ofertando<<strong>br</strong> />

instrumentos de desenvolvimento que atendam a essas características.<<strong>br</strong> />

A concentração de renda é apontada pelo MDA <strong>com</strong>o razão principal da persistência<<strong>br</strong> />

da po<strong>br</strong>eza <strong>no</strong> País. Nesse contexto, o acesso à terra é visto <strong>com</strong>o um direito inalienável<<strong>br</strong> />

do agricultor familiar, pois representa um passo em direção à habilidade produtiva, aos<<strong>br</strong> />

instrumentos de apoio à produção e aos serviços essenciais; a ausência desse acesso à terra<<strong>br</strong> />

<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> para grupos sociais historicamente marginalizados vem culminando num crescente<<strong>br</strong> />

processo de desigualdade social <strong>no</strong> campo.<<strong>br</strong> />

2 BRANDÃO (2004) apresenta um mapeamento crítico das principais vertentes, hoje hegemônicas, que sugerem um <strong>no</strong>vo<<strong>br</strong> />

padrão de desenvolvimento baseado <strong>no</strong> âmbito local, <strong>no</strong>s microprocessos e microdecisões. Assim, a “endogenia exagerada” das<<strong>br</strong> />

localidades crê na capacidade das vontades dos atores de uma <strong>com</strong>unidade empreendedora e solidária, tratando as classes<<strong>br</strong> />

sociais, os oligopólios e a hegemonia <strong>com</strong>o um passado superado. O autor critica esse contexto, em que o “local” pode tudo,<<strong>br</strong> />

bastando mostrar-se diferente e “especial”, propagando suas vantagens de <strong>com</strong>petitividade, eficiência e amenidades para garantir<<strong>br</strong> />

sua inserção na modernidade.<<strong>br</strong> />

3 Ao discutir a amplitude do conceito de território, HAESBAERT (2004) afirma que “apesar de ser conceito central para a<<strong>br</strong> />

Geografia, território e territorialidade, por dizerem respeito à espacialidade humana, têm uma certa tradição também em outras<<strong>br</strong> />

áreas, cada uma <strong>com</strong> um enfoque centrado em uma determinada perspectiva. Enquanto o geógrafo tende a enfatizar a materialidade<<strong>br</strong> />

do território, em suas múltiplas dimensões (que deve[ria] incluir a interação sociedade-natureza), a Ciência Política enfatiza sua<<strong>br</strong> />

construção a partir de relações de poder (na maioria das vezes, ligada à concepção de Estado); a Eco<strong>no</strong>mia, que prefere a <strong>no</strong>ção<<strong>br</strong> />

de espaço à de território, percebe-o muitas vezes <strong>com</strong>o um fator locacional ou <strong>com</strong>o uma das bases da produção (enquanto ‘força<<strong>br</strong> />

produtiva’); a Antropologia destaca sua dimensão simbólica (...); a Sociologia o enfoca a partir de sua intervenção nas relações<<strong>br</strong> />

sociais, em sentido amplo, e a Psicologia, finalmente, incorpora-o <strong>no</strong> debate so<strong>br</strong>e a construção da subjetividade ou da identidade<<strong>br</strong> />

pessoal, ampliando-o até a escala do indivíduo”.<<strong>br</strong> />

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