Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br
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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />
Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />
bastante da mesma ideia de progresso técnico que fundamenta as análises heterodoxas da<<strong>br</strong> />
chamada eco<strong>no</strong>mia evolucionária so<strong>br</strong>e desenvolvimento (ou evolução – ‘Entwicklung’ –<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o preferia Schumpeter (1982), que também reconhece que experiências e interações<<strong>br</strong> />
diversas propiciam a produção de i<strong>no</strong>vações, que desequili<strong>br</strong>am constantemente o sistema<<strong>br</strong> />
econômico (Nelson e Winter, 1982). Para Jacobs, adicionando trabalho <strong>no</strong>vo, tais cidades<<strong>br</strong> />
podem ser <strong>com</strong>preendidas <strong>com</strong>o eco<strong>no</strong>mias i<strong>no</strong>vativas que sexpandem e se desenvolvem.<<strong>br</strong> />
Em contrapartida, eco<strong>no</strong>mias que não adicionam <strong>no</strong>vos tipos de bens e serviços, mas con-<<strong>br</strong> />
tinuam a apenas reproduzir trabalho antigo, nem se expandem, nem – por definição – se<<strong>br</strong> />
desenvolvem. Por outro lado, se cidades são lugares onde adicionar trabalho <strong>no</strong>vo a traba-<<strong>br</strong> />
lho antigo se processa vigorosamente, onde <strong>no</strong>vas divisões de trabalho se multiplicam mais<<strong>br</strong> />
rapidamente que antigas divisões se tornam obsoletas, qualquer assentamento em que esse<<strong>br</strong> />
processo acontece torna-se eventualmente uma cidade. Da mesma forma, esse processo<<strong>br</strong> />
torna a eco<strong>no</strong>mia da cidade não apenas maior, mas também muito mais <strong>com</strong>plexa que a de<<strong>br</strong> />
vilas, lugarejos, peque<strong>no</strong>s centros urba<strong>no</strong>s e fazendas, por conterem mais tipos de divisão<<strong>br</strong> />
de trabalho e maior propensão a criar trabalho <strong>no</strong>vo. As cidades são, segundo esse racio-<<strong>br</strong> />
cínio, a necessidade primária para o desenvolvimento e a expansão econômica, inclusive de<<strong>br</strong> />
áreas rurais.<<strong>br</strong> />
A partir de preocupações diversas, Jacobs aproxima-se muito do debate so<strong>br</strong>e pro-<<strong>br</strong> />
gresso técnico e i<strong>no</strong>vação tec<strong>no</strong>lógica, o qual se tem tornado objeto de interesse cada vez<<strong>br</strong> />
maior por parte de estudiosos, agências de fomento e formuladores de políticas públicas <strong>no</strong><<strong>br</strong> />
mundo contemporâneo. Em vista dos retor<strong>no</strong>s crescentes que a i<strong>no</strong>vação tec<strong>no</strong>lógica<<strong>br</strong> />
propicia, não surpreende tal interesse <strong>no</strong> contexto do capitalismo contemporâneo, assim<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o a falta de preocupação <strong>com</strong> os efeitos em termos de alienação do trabalho que tal<<strong>br</strong> />
progresso técnico possa implicar, especialmente em regiões e países me<strong>no</strong>s desenvolvidos.<<strong>br</strong> />
Falta preocupação também <strong>com</strong> o fato de que as diferenças entre países e regiões dinâmi-<<strong>br</strong> />
cos e estagnados estão estreitamente associadas a processos históricos de longo prazo. A<<strong>br</strong> />
divisão de trabalho em escala internacional tende a reproduzir modelos desencadeados<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> a revolução industrial em que atividades mais intensivas em “trabalho pesado e não<<strong>br</strong> />
agradável” se concentram em países periféricos, enquanto o “trabalho criativo” se localiza<<strong>br</strong> />
predominantemente <strong>no</strong>s países de indústria pioneira. Com poucas exceções de países que<<strong>br</strong> />
conseguiram <strong>no</strong>s séculos XIX (<strong>com</strong>o a Alemanha e o Japão) e XX (<strong>com</strong>o a Coréia do Sul)<<strong>br</strong> />
alcançar o padrão tec<strong>no</strong>lógico dos principais países produtores de conhecimento e tec<strong>no</strong>logia