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Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

(Freeman, 1995), a divisão de trabalho entre os países produtores e os países importadores<<strong>br</strong> />

de tec<strong>no</strong>logia tor<strong>no</strong>u-se mais recentemente um dos importantes ingredientes da relação<<strong>br</strong> />

centro-periferia observada por Prebisch (1949) e Furtado (1986), em seus estudos so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />

subdesenvolvimento <strong>com</strong>o condição específica e não uma etapa do desenvolvimento econômico,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o salienta Bielschowski (1988).<<strong>br</strong> />

A experiência desses países que conseguiram atingir o padrão tec<strong>no</strong>lógico dos países<<strong>br</strong> />

pioneiros – os chamados países catching up – levou à consolidação da ideia de que o<<strong>br</strong> />

desenvolvimento econômico <strong>no</strong> mundo contemporâneo está cada vez mais relacionado à<<strong>br</strong> />

capacidade de i<strong>no</strong>vação das sociedades (Bell e Pavitt, 1993, Freeman e Soete, 1997,<<strong>br</strong> />

Fagerberg e Godinho, 2005, Nelson, 2005, Verspagen, 2005, OECD/World Bank, 2009,<<strong>br</strong> />

entre outros). Mas ainda são poucos os estudos so<strong>br</strong>e i<strong>no</strong>vação que analisam o processo<<strong>br</strong> />

de i<strong>no</strong>vação sob uma perspectiva espacial. Essa <strong>no</strong>ção da importância da adição “vigorosa”<<strong>br</strong> />

de trabalho <strong>no</strong>vo <strong>com</strong>o característica destacada da cidade, formulada por Jacobs (1969),<<strong>br</strong> />

ainda está restrita a peque<strong>no</strong>s círculos acadêmicos a quase nenhuma política pública,<<strong>br</strong> />

embora traga subjacente a ideia de que a raridade do fenôme<strong>no</strong> urba<strong>no</strong> é uma barreira<<strong>br</strong> />

substancial à criação de <strong>com</strong>petências i<strong>no</strong>vativas. Sem a cidade e suas organizações, instituições<<strong>br</strong> />

e infraestrutura material e imaterial – atividades terciárias interdependentes, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ércio, transportes, armazenagem, reparações mecânicas, serviços de saúde, cultura,<<strong>br</strong> />

serviços bancários e, particularmente, de educação e pesquisa, mesmo que em escalas e<<strong>br</strong> />

níveis de <strong>com</strong>plexidade diferentes, correspondentes aos diferentes níveis da hierarquia urbana<<strong>br</strong> />

– ocorre apenas a reprodução de trabalho antigo e, na melhor das hipóteses, alguma<<strong>br</strong> />

tímida difusão de i<strong>no</strong>vações produzidas em lugares distantes.<<strong>br</strong> />

A divisão de trabalho entre centro e periferia em termos de capacidade para a produção<<strong>br</strong> />

de tec<strong>no</strong>logia já é largamente <strong>com</strong>preendida <strong>com</strong>o a causa central para a divisão<<strong>br</strong> />

entre os países e as regiões ricos – por serem capazes de produzir e difundir continuamente<<strong>br</strong> />

<strong>no</strong>vas técnicas mais produtivas e capazes de gerar ocupações de maior qualificação e rendimento<<strong>br</strong> />

– e os países e as regiões po<strong>br</strong>es – que se limitam a reproduzir trabalho antigo,<<strong>br</strong> />

particularmente bens primários que empregam tec<strong>no</strong>logias tradicionais e mão de o<strong>br</strong>a de<<strong>br</strong> />

baixa qualificação e rendimento. Mas o mesmo não se pode dizer da dimensão espacial da<<strong>br</strong> />

i<strong>no</strong>vação que essa divisão de trabalho intelectual e <strong>br</strong>açal, ‘agradável’ e ‘nãoagradável’,<<strong>br</strong> />

‘criativo e nãocriativo’ implica e que a globalização tende a acentuar, embora venha se<<strong>br</strong> />

configurando desde a emergência e a consolidação do capitalismo industrial. Defende-se<<strong>br</strong> />

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