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Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

aqui que decorrem dessa divisão de trabalho as diferenças marcantes entre as redes urbanas<<strong>br</strong> />

de países capitalistas centrais, industrializados e ricos, e de países periféricos, po<strong>br</strong>es, de<<strong>br</strong> />

base agrícola e baixa produtividade.<<strong>br</strong> />

Se a perspectiva de desenvolvimento econômico está relacionada <strong>com</strong> a divisão de<<strong>br</strong> />

trabalho e essa, por sua vez, está fortemente associada às <strong>com</strong>petências i<strong>no</strong>vativas de indivíduos<<strong>br</strong> />

(trabalho intelectual x trabalho <strong>br</strong>açal) e regiões e países (trabalho intensivo em<<strong>br</strong> />

tec<strong>no</strong>logia x trabalho intensivo em trabalho), o que produz redes urbanas bastante distintas,<<strong>br</strong> />

é importante ressaltar outra dimensão da divisão de trabalho, que é a dimensão histórica.<<strong>br</strong> />

O progresso técnico resulta de escolhas feitas ao longo do tempo, as quais geram<<strong>br</strong> />

efeitos retroalimentadores e interferem nas escolhas feitas <strong>no</strong> presente, podendo causar<<strong>br</strong> />

considerável inércia (efeitos lock in) na configuração da sociedade, da eco<strong>no</strong>mia e da rede<<strong>br</strong> />

de cidades, a ponto de ter inspirado uma corrente teórica de estudos so<strong>br</strong>e o desenvolvimento<<strong>br</strong> />

tec<strong>no</strong>lógico conhecida <strong>com</strong>o path dependency (Nelson e Winter, 1982, Arthur, 1994,<<strong>br</strong> />

Fargerberg, 2005). Mais do que simples afirmação de que “história importa”, a <strong>no</strong>ção de<<strong>br</strong> />

path dependency, ressalta Nelson (2005), parte da observação de que o progresso técnico<<strong>br</strong> />

é cumulativo, isto é, avança a partir de tec<strong>no</strong>logias construídas so<strong>br</strong>e <strong>com</strong>petências e instituições<<strong>br</strong> />

desenvolvidas ao longo do tempo, sugerindo que algumas sociedades desenvolveram<<strong>br</strong> />

padrões “culturalmente mais adaptados” à absorção e o produção de <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias<<strong>br</strong> />

que outras, e que essa adaptação se construiu socialmente ao longo do tempo. Sendo<<strong>br</strong> />

assim, a origem histórica da região ou país repercute so<strong>br</strong>e sua capacidade futura de ter as<<strong>br</strong> />

condições necessárias à produção de i<strong>no</strong>vações, embora isso não se imponha <strong>com</strong>o determinação<<strong>br</strong> />

rígida, já que diversas opções estão sempre abertas ao longo do processo de<<strong>br</strong> />

enfrentamento de problemas tec<strong>no</strong>lógicos pelas sociedades e pelas firmas. Pode-se dizer<<strong>br</strong> />

que é um enfoque que se aproxima da ideia de rugosidades do território, defendida por<<strong>br</strong> />

Santos (1978), as marcas do tempo produzidas pelo trabalho que dão forma e conteúdo a<<strong>br</strong> />

uma base material difícil de ser substituída, daí a <strong>no</strong>ção de inércia espacial.<<strong>br</strong> />

A origem colonial de produção primário-exportadora e baseada em trabalho escravo<<strong>br</strong> />

teria, nessa perspectiva, importantes consequências so<strong>br</strong>e a atual posição de país me<strong>no</strong>s<<strong>br</strong> />

desenvolvido e importador de tec<strong>no</strong>logia que o <strong>Brasil</strong> apresenta, <strong>com</strong>o argumentam Suzigan<<strong>br</strong> />

e Albuquerque (2009), embora seja ideia genericamente já defendida por Caio Prado Jr em<<strong>br</strong> />

seu famoso História Econômica do <strong>Brasil</strong> (1945), e nas análises da rede urbana <strong>br</strong>asileira<<strong>br</strong> />

desenvolvidas por Milton Santos em A Urbanização Desigual (1980). Sendo a cidade o

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