O projeto polÃtico pedagógico como instrumento de mudança - Uneb
O projeto polÃtico pedagógico como instrumento de mudança - Uneb
O projeto polÃtico pedagógico como instrumento de mudança - Uneb
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
87<br />
respon<strong>de</strong>r as atuais <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> formação do trabalhador para o mercado atual. Um<br />
trabalhador mais crítico, criativo e flexível, com uma qualificação diversificada e abrangente,<br />
para aten<strong>de</strong>r a alta competitivida<strong>de</strong> exigida pelo mercado. O segundo argumento, diz respeito<br />
a mudanças nas concepções <strong>de</strong> educação e currículo, que provocou <strong>de</strong>sestabilizações e<br />
fragilida<strong>de</strong>s nas propostas pedagógicas das escolas.<br />
Tais situações impulsionaram, segundo a autora, as unida<strong>de</strong>s escolares a repensarem seus<br />
<strong>projeto</strong>s políticos-pedagógicos para aten<strong>de</strong>r esta <strong>de</strong>manda, contudo, diante da <strong>de</strong>sestabilização<br />
conceitual que o pensamento pós estruturalista, provoca sobre os fundamentos que orientam a<br />
pratica curricular nas escolas, percebe-se que este processo não <strong>de</strong> da forma esperada.<br />
É preciso consi<strong>de</strong>rar que a escola, instituída no <strong>projeto</strong> da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> com<br />
a função social <strong>de</strong> construir as bases <strong>de</strong> uma nova socieda<strong>de</strong> pela lógica da<br />
razão humana, buscou estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu <strong>projeto</strong> pedagógico na <strong>de</strong>finição<br />
do conceito <strong>de</strong> homem, no entendimento <strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento e na projeção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> i<strong>de</strong>alizada pelos<br />
princípios <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>, liberda<strong>de</strong> e justiça....por meio <strong>de</strong> um currículo<br />
cientificamente organizado e capaz <strong>de</strong> conduzir o educando a mudança <strong>de</strong><br />
atitu<strong>de</strong> pelo domínio <strong>de</strong> conhecimentos e habilida<strong>de</strong>s compatíveis com as<br />
<strong>de</strong>mandas sociais.(SANTIAGO, 2001, p. 142).<br />
A autora alega que o paradigma da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> estruturou o pensamento cientifico, social,<br />
político e estético através <strong>de</strong> uma compreensão da realida<strong>de</strong> baseada na exatidão da<br />
matemática cartesiana, na funcionalida<strong>de</strong> da mecânica newtoniana, concebendo o processo<br />
histórico com bases nos princípios <strong>de</strong> causa e efeito. Dessa forma, o espaço e o tempo são<br />
concebidos <strong>como</strong> a organização ou seqüencialida<strong>de</strong> linear e cumulativa <strong>de</strong> fatos, fenômenos<br />
passíveis <strong>de</strong> regulação e controle pela racionalida<strong>de</strong> científica.<br />
Dentro da instituição escolar, esta lógica, organizou a prática educativa, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m<br />
única, exata, cheia <strong>de</strong> certezas eternas e metodologicamente previsíveis. Uma prática<br />
educativa pautada em verda<strong>de</strong>s preestabelecidas para todos e um currículo fundamentado na<br />
previsibilida<strong>de</strong> das ações e certezas <strong>de</strong>finidas a priori sem consi<strong>de</strong>rar o contexto histórico e<br />
social <strong>de</strong> cada comunida<strong>de</strong>.<br />
No entanto, são precisamente os conceitos básicos <strong>de</strong> “natureza humana,<br />
“liberda<strong>de</strong>”, ”justiça” e “verda<strong>de</strong>”, estruturantes no <strong>projeto</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />
que as teorizações pós-estruturalistas colocam em questão <strong>de</strong>sestabilizando<br />
as “certezas” <strong>de</strong> nossos <strong>projeto</strong>s. (SANTIAGO, 2001, p. 143).