O projeto polÃtico pedagógico como instrumento de mudança - Uneb
O projeto polÃtico pedagógico como instrumento de mudança - Uneb
O projeto polÃtico pedagógico como instrumento de mudança - Uneb
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
88<br />
O que se percebe no paradigma pós-estruturalista é o respeito a uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
certezas, que leva em consi<strong>de</strong>ração a diversida<strong>de</strong> cultural e social dos sujeitos. Esta<br />
instabilida<strong>de</strong> e varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s e conceitos <strong>de</strong>finidos na contemporaneida<strong>de</strong> no interior<br />
das instituições educacionais requerem que os sistemas revejam seus paradigmas, repensem<br />
seus conceitos levando em consi<strong>de</strong>ração a realida<strong>de</strong> atual. A Escola precisa reorganizar-se<br />
segundo novos padrões, diferentes dos quais ela estava fundamentada. Este é o <strong>de</strong>safio que<br />
está posto aos educadores, aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas oriundas do contexto atual, impostos pela<br />
globalização, pelo avanço cientifico e tecnológico, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo conceitual,<br />
polivalente, subjetivo e relativo, totalmente diferente da concepção na qual foi formado. Para<br />
aten<strong>de</strong>r a tal premissa os <strong>projeto</strong>s políticos pedagógicos precisam consi<strong>de</strong>rar as relações <strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>r que organizam e instituem nosso currículo, <strong>de</strong>smistificando nossas verda<strong>de</strong>s e utopias,<br />
reconstruindo-as.<br />
A reflexão provocada pela teorização pós-estruturalista sobre currículo<br />
escolar traz argumentos capazes <strong>de</strong> ressignificar as praticas pedagógicas na<br />
compreensão <strong>de</strong> que, nelas, saber, po<strong>de</strong>r, subjetivida<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e<br />
liberda<strong>de</strong> estão inevitavelmente imbricadas e se <strong>de</strong>terminam mutuamente.<br />
(....) as mudanças ocorrem pela ação <strong>de</strong>terminada e comprometida daqueles<br />
que nela interagem e não por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminações externas e alheias aos<br />
significados políticos e culturais <strong>de</strong>sses sujeitos.(SANTIAGO, 2001, p.145).<br />
Este cenário conduz a uma reflexão do papel e responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um e <strong>de</strong> todo sistema<br />
social, para manutenção, ou transformação das relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que perpassam os diversos<br />
setores <strong>de</strong> convivência humana. No que tange a instituição escolar, coloca em discussão as<br />
i<strong>de</strong>ologias e conceitos que fundamentam os currículos atuais, consi<strong>de</strong>rando as verda<strong>de</strong>s <strong>como</strong><br />
únicas, universais e eternas. Tais crenças estão fundamentadas numa concepção acrítica e<br />
apolítica das relações humanas, <strong>como</strong> se o conhecimento pu<strong>de</strong>sse ser construído e a escola<br />
pu<strong>de</strong>sse ensinar, sem inter-relação com as tramas sociais. Segundo Silva (1999, p. 24), “As<br />
relações no interior das quais se produzem os significados que orientam nossas praticas, não<br />
são simplesmente sociais; elas são mais do que isso: são relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
Implica dizer, que as opções curriculares estão comprometidas com a dimensão política que<br />
exercemos, com as ações propostas e que atribuem significados às práticas pedagógicas a<br />
partir das normas, valores, visão <strong>de</strong> mundo e atitu<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolvemos no dia a dia. Tais<br />
opções revelam as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>finidas nas nossas crenças, privilegiando alguns<br />
aspectos da realida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outros. Assim sendo, responsabiliza a dimensão