20.10.2014 Views

O projeto político pedagógico como instrumento de mudança - Uneb

O projeto político pedagógico como instrumento de mudança - Uneb

O projeto político pedagógico como instrumento de mudança - Uneb

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

91<br />

McLaren (2000) ressalta o pensamento <strong>de</strong> Silva e afirma que, a escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />

padrão cultural constituirá o paradigma orientador da seleção <strong>de</strong> conteúdos curriculares e<br />

expressa uma valorização <strong>de</strong>sse padrão em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outros.Trata-se portanto, do<br />

estabelecimento <strong>de</strong> uma hegemonia nesse processo.Este po<strong>de</strong>r constituído para a instituição<br />

escolar, pela própria natureza da sua função, atribui a todos os agentes educativos, a<br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acolher e aten<strong>de</strong>r nas peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada grupo, todos aqueles que<br />

nela estiverem inseridos. Cuidar para que o currículo escolar não beneficie este ou aquele<br />

grupo, mas que abra espaços <strong>de</strong> consolidação e crescimento a todos.<br />

Selecionar é uma operação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, privilegiar um tipo <strong>de</strong> conhecimento é<br />

uma operação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Destacar, entre as múltiplas possibilida<strong>de</strong>s, uma<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> ou subjetivida<strong>de</strong> <strong>como</strong> sendo i<strong>de</strong>al é uma operação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

(SILVA, 1999, p.16).<br />

Este era um procedimento da escola tradicional e que precisa ser alterado por outro mo<strong>de</strong>lo,<br />

que seja <strong>de</strong>mocrático, inclusivo e que respeite a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda população. Silva (1999),<br />

afirma ainda em seus estudos que as teorias curriculares estão assentadas no contexto da pósmo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

que, por sua vez, se encontra o movimento pós-estruturalista. O pósestruturalismo<br />

esten<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ravelmente o alcance do conceito <strong>de</strong> diferença a ponto <strong>de</strong><br />

parecer que não existe nada que não seja diferente. Não se po<strong>de</strong> falar propriamente <strong>de</strong> uma<br />

teoria pós-estruturalista do currículo, mesmo porque o pós-estruturalismo, segundo o autor, tal<br />

<strong>como</strong> o pós-mo<strong>de</strong>rnismo, rejeita qualquer tipo <strong>de</strong> sistematização. Revela que existe uma<br />

atitu<strong>de</strong> pós-estruturalista em muitas das perspectivas atuais sobre currículo, principalmente<br />

quando enfatiza a in<strong>de</strong>terminação e a incerteza também em questões <strong>de</strong> conhecimento.<br />

Segundo esta linha <strong>de</strong> pensamento o significado não é preexistente: ele é cultural e<br />

socialmente produzido, construído na teia das relações produzidas em cada contexto social.<br />

O currículo representa muito mais do que um programa <strong>de</strong> estudos, um<br />

texto em sala <strong>de</strong> aula ou o vocabulário <strong>de</strong> um curso. Mais do que isso, ele<br />

representa a introdução <strong>de</strong> uma forma particular <strong>de</strong> vida; ele serve, em<br />

parte, para preparar os estudantes para posições dominantes ou<br />

subordinadas na socieda<strong>de</strong> existente. O currículo fortalece certas formas <strong>de</strong><br />

conhecimento sobre outras e a forma os sonhos, <strong>de</strong>sejos e valores <strong>de</strong> grupos<br />

seletos <strong>de</strong> estudantes sobre outros grupos, com freqüência discriminando<br />

certos grupos raciais, <strong>de</strong> classe e gênero. (MACLAREN, 1997, p.216).<br />

Cabe então as instituições educacionais, examinar as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r envolvidas na<br />

produção do conhecimento, não para saber se algo é verda<strong>de</strong>iro, mas, sim, para saber por que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!