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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEO comunicado repete, então, na íntegra, o descrito antes sobre a prisão e morte de Câmara, sendo acrescido que “Eduardo Leite, o Bacuri,cuja prisão vinha sendo mantida em sigilo pelas autoridades, havia sido levado ao local para apontar Joaquim Câmara Ferreira, visto quese sabia que este se utilizava de tintura de cabelo e lentes de contato e outros artifícios para modificar sua aparência. Aproveitando-se daconfusão, Bacuri, implicado nos seqüestros do cônsul japonês e do embaixador alemão, logrou fugir, auxiliado por dois comparsas de JoaquimCâmara Ferreira, também conhecido pelos nomes de ‘Toledo’ e ‘Velho’, que também conseguiram evadir”.O Dossiê dos Mortos e Desaparecidosafirma que, durante o período em que esteve preso, Eduardo esteve nas mãos do delegado Fleury e suaequipe, dentre os quais foram identificados os investigadores João Carlos Trali, vulgo “Trailer”; Jose Carlos Filho, vulgo “Campão”; AdemarAugusto de Oliveira, vulgo “Fininho”; Astorige Corrêa de Paula e Silva, vulgo “Correinha”, além de vários outros conhecidos apenas porapelidos, todos denunciados em processos sobre o Esquadrão da Morte.CELSO GILBERTO DE OLIVEIRA (1945-1970)Número do processo: 014/96Filiação: Julieta Pedroso de Oliveira e João Adelino de OliveiraData e local de nascimento: 26/06/1945, Porto Alegre (RS)Organização política ou atividade: VPRData e local da morte: após 29 e 30/12/1970, Rio de Janeiro (RJ)Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95Desaparecido constante da lista anexa à Lei nº 9.140/95. Praticamente inexistem informações biográficas sobre sua trajetória políticaanterior à militância na VPR. Gaúcho de Porto Alegre, corretor de imóveis, Celso Gilberto de Oliveira foi preso no Rio de Janeiro, em9 ou 10/12/1970, num momento em que as forças de repressão política estavam especialmente ativas. No dia 7, tinha sido seqüestradoo embaixador da Suíça no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, e os órgãos de segurança buscavam com voracidade alguma pistaque levasse ao cativeiro do diplomata.De acordo com o Dossiê dos Mortos e Desaparecidos, Celso foi preso por agentes do CISA, o setor de inteligência da Aeronáutica, comandadospelo capitão Barroso, sendo transferido ao DOI-CODI/RJ. Segundo denúncias feitas mais tarde por outros presos políticos, CelsoGilberto foi torturado nessa unidade pelos tenentes Hulk, Teles e James, todos do Exército. O ex-preso político Sinfrônio Mesa Neto afirmaem seu depoimento que foi acareado com Celso nos dias 24 e 25 de dezembro, para que ele fosse incriminado como militante da VPR eseqüestrador do embaixador suíço.Segundo o Relatório do Ministério do Exército, apresentado ao ministro da Justiça Maurício Correa em 1993, Gilberto foi preso pelo CISAem 09/12/1970 e entregue ao DOI-CODI do I Exército no dia 11/12/1970. Foi interrogado em 29/12/1970, quando admitiu o seu envolvimentono seqüestro do embaixador da Suíça no Brasil. Na madrugada de 29/30 de dezembro de 1970, conduziu ardilosamente as equipesdos órgãos de segurança ao local que seria o cativeiro, mas, comprovada a farsa, empreendeu fuga conseguindo evadir-se, fato confirmadopelo relatório da Operação Petrópolis de responsabilidade do DOI-CODI/I Exército.Já o Relatório do Ministério da Marinha registra: “teria sido preso em 10/12/70, por Oficial da Aeronáutica e levado para o Quartel da PE, na Guanabara,no dia 18/12/70; a partir daquela data não se soube mais do seu paradeiro. Pertencia à VPR e participou do seqüestro do embaixador suíço”.O Relatório do Ministério da Aeronáutica tem uma terceira versão: “Militante da VPR. Participou do seqüestro do embaixador suíço GiovanniEnrico Bucher, em 07/12/70, do qual resultou o assassinato do agente da Polícia Federal, Hélio Carvalho de Araújo. Enquanto o referido diplomatapermanecia em cativeiro, foi detido por uma equipe do então CISA e encaminhado ao DOI/I Ex, em 11 dez 70”.Apesar das informações nos documentos oficiais, a morte de Celso nunca foi assumida pelos órgãos de segurança.| 140 |

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