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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEpolítica. Em uma delas escreveu: “Tudo do amanhã está sempre no campo das possibilidades, é de hoje que temos a certeza, é hoje quecriamos as condições objetivas para o amanhã”.O relatório apresentado em 1993 pelo Ministério da Marinha ao ministro da Justiça informa que Pedro Alexandrino foi morto em 04/08/1974,em Xambioá. O jornalista Elio Gaspari acrescenta informações novas em A Ditadura Escancarada: “Peri (Pedro Alexandrino de Oliveira Filho),achado sozinho na mata, tinha consigo uma garrafa com sal, uma garrucha e um caderno de notas no qual louvava os jabutis e maldizia osmateiros. Levou um tiro na cabeça, e um helicóptero buscou seu cadáver. Deixado no chão da base de Xambioá, foi chutado pela tropa atéque um oficial da FAB interveio, exigindo que respeitassem o inimigo morto” . Em nota de pé-de-página o autor explica que a informaçãolhe foi transmitida em fevereiro de 2001 por um oficial cujo nome prefere preservar.No requerimento à CEMDP, a mãe de Pedro Alexandrino, Diana Piló Oliveira, não pede o pagamento da indenização prevista em lei. Elasolicitou notícias do filho e, se morto, a localização de seus restos mortais. Em carta conjunta, Diana e Carmen Rivas, mães de Pedro Alexandrinoe Hélio Luiz Navarro de Magalhães, pedem que as autoridades facilitem informações que possam ajudar a esclarecer o mistérioque envolve o desaparecimento de ambos.SUELY YUMIKO KOMAIANA (1948–1974)Número do processo: 126/96Filiação: Emi Noguchi e Yutaka KanayamaData e local de nascimento: 25/05/1948, Coronel Macedo (SP)Organização política ou atividade: PCdoBData do desaparecimento: entre janeiro e setembro de 1974Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95Primeira filha de um casal de imigrantes japoneses, nasceu em Coronel Macedo, no interior paulista. Aos quatro anos de idade, Suely mudou-secom sua família para Avaré. Em 1965, mudou-se novamente para a capital paulista, residindo em Santo Amaro e concluindo o curso colegial em1967 na escola Albert Levy. Ingressou em seguida na USP, onde foi aprovada para Licenciatura em Línguas Portuguesa e Germânica. Em 1968 e1969, além do currículo regular, cursou Japonês como matéria opcional. Foi liderança estudantil naquela faculdade. Matriculou-se pela última vezna USP em 1970 e chegou à região do Araguaia em fins de 1971, já militante do PCdoB, ficando conhecida como Chica. No início, preocupou seuscompanheiros porque, apesar de segura de suas convicções políticas, era “muito baixinha e magrinha”. Mas, aprendeu rapidamente a trabalharcomo lavradora, a andar na mata com sua mochila de 20 quilos às costas, a caçar e enfrentar todos os obstáculos.O relatório do Ministério do Exército, de 1993, registra que “Em 1974, cercada pelas forças de segurança, foi morta ao recusar sua rendição”.O relatório do Ministério da Marinha, do mesmo ano, afirma que foi morta em setembro de 1974, acrescentando: “pertencia ao grupoGameleira/Dest. B. Era auxiliar do setor de saúde e tinha como chefe João Carlos Haas Sobrinho (Juca). Fez parte do grupo de observação, notreinamento de emboscadas. Fez treinamento de tiro, deslocamentos através do campo e sobrevivência. Era péssima nos deslocamentos, ondeperdia noção de orientação”Elio Gaspari menciona, em A Ditadura Escancarada, o depoimento de José Veloso de Andrade, da lanchonete da Bacaba, informando que viu Suelyentre os sete presos que encontrou, vivos, naquele acampamento militar. Hugo Studart registra, em A Lei da Selva, que ela teria sido fuzilada commais de 100 tiros, conforme narrativa de camponeses, indicando como data da morte, sempre segundo o Dossiê Araguaia, janeiro de 1974.Segundo a reportagem Yumiko a nissei guerrilheira, publicada no Diário Nippak, de São Paulo, em 28/07/79, “Suely foi morta com rajadasde metralhadoras disparadas por diversos militares, que deixaram seu corpo irreconhecível. Foi enterrada em Xambioá e seus restos mortaisforam posteriormente exumados por pessoas que não foram identificadas. Morreu aos 25 anos, dos quais 3 dedicados à guerrilha, em defesada causa que acreditava justa – a liberdade”. A matéria informa também que, “além desses dados, pouco mais se sabe de sua vida. (...) Tudo| 260 |

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