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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOSem 1969, como simpatizante da VPR, permaneceu quatro meses noDOPS/SP, onde ficou incomunicável, sem assistência jurídica e semdireito de receber visitas. Foi transferido para o presídio Tiradentesem 02/07/1969, onde permaneceu sem julgamento até 13/01/1971,quando foi banido do país no grupo de 70 presos políticos trocadospela vida do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher.O requerimento apresentado à CEMDP alegava que, desde essa data, afamília não tinha mais notícia dele, caracterizando-se dessa forma o desaparecimento.No entanto, existiam reiteradas notícias de pessoas quesabiam de sua presença na Europa, sempre cercado de controvérsias.Mais tarde, surgiram na imprensa matérias com informações sobre ele,inclusive noticiando sobre sua ligação direta com o famoso terrorista internacionalde origem venezuelana, Ramírez Sánchez, conhecido comoChacal, que hoje cumpre pena de prisão perpétua na França.O livro de Molica deixa claro que Antônio Expedito Carvalho Pereramorreu de câncer, em 1996, na Itália, onde estaria vivendo desde1975. Utilizava a identidade Paulo Antonio Blanco Parra e se apresentavacomo sendo um psicólogo especializado em disciplinasfictícias como magnetologia e psico-cibernética.JUAREZ MONÇÃO VIROTTE (1937 – 1972)Número do processo: 094/02Data e local de nascimento: 19/12/1937, Espírito SantoFiliação: Geny de Oliveira Soares e Antonio Ovídio SoaresOrganização política ou atividade: não definidaData e local da morte: 12/01/1972, Barra Mansa (RJ)Relator: André SabóiaIndeferido em: 03/03/2005Juarez era um dos quatro soldados do I Batalhão de InfantariaBlindada, em Barra Mansa (RJ) que foram mortos sob torturas, em12/01/1972, depois de presos numa investigação sobre consumode maconha naquela unidade do Exército, comandada pelo capitãoDalgio Miranda Niebus, que terminou condenado a mais de 400anos de prisão pelos quatro homicídios.O requerimento apresentado à CEMDP foi indeferido por não teremsido apresentadas quaisquer provas de sua militância política emoposição ao regime militar.WANDERLEI DE OLIVEIRA (1952 – 1972)Número do processo: 093/02Data e local de nascimento: 20/02/1952, Barra Mansa (RJ)Filiação: Adelaide de Jesus Oliveira e Jocelino de OliveiraOrganização política ou atividade: soldado do ExércitoData e local da morte: 12/01/1972, Barra Mansa (RJ)Relator: Maria do Rosário NunesIndeferido em: 15/12/2004 e recurso em 03/03/2005Morto aos 19 anos, Wanderlei era outro dos quatro soldados do IBatalhão de Infantaria Blindada, de Barra Mansa (RJ) assassinadossob torturas nas circunstâncias narradas na apresentação docaso anterior. O requerimento apresentado à CEMDP foi indeferidoporque não foi apresentada qualquer comprovação demonstrandoparticipação política do jovem recruta. Apresentado recurso sobreessa decisão, o indeferimento foi confirmado em nova decisão, pelosmesmos fundamentos do primeiro julgamento.HANSECLEVER DE SOUZA (1928 – 1972)Número do processo: 350/96Data e local de nascimento: 06/11/1928, Nova Iguaçu (RJ)Filiação: Pergentina Carolina de Souza e Luiz de SouzaOrganização política ou atividade: não definidaData e local do desaparecimento: março de 1972Relator: Oswaldo Pereira GomesIndeferido em: 02/10/97Funcionário da Companhia Telefônica Brasileira, desapareceu em1972 quando saiu para fazer compras. No processo formado na CE-MDP foram anexadas declarações de companheiros atestando queHanseclever era do sindicato da categoria e simpatizante do PCB, estandoligado ao Comitê Metropolitano do Rio de Janeiro. No entando,o relator considerou que não foram apresentadas provas suficientessobre sua militância política, propondo indeferimento do caso.HÉRCULES DE OLIVEIRA SOARES (1937 – 1972)Nº do processo: 097/02 – 12/12/02Data e local de nascimento: 19/12/1937, em Muniz Freire (ES)Filiação: Geny de Oliveira e Antônio Ovídio SoaresOrganização política ou atividade: não constaData e local da morte: 04/03/1972, em Medina (MG)Relator: Maria do Rosário NunesIndeferido em: 30/08/2006Militante do Sindicato dos Metalúrgicos de Coronel Fabriciano. Segundodepoimento de José Rodrigues da Rocha à CEMDP, ele e Hérculesingressaram juntos na Usiminas em 1962 e acompanharam o confrontoentre trabalhadores da Usiminas e militares, conhecido comoMassacre de Ipatinga, em 1963. Em 01/04/1964 José e Hércules forampresos por suas atividades no comando de greve dos metalúrgicos eem 09/04/1964 demitidos por razões políticas. Eles ficaram presos namesma cela por dois meses. Inicialmente em Ipatinga, depois no 6ºBMP de Governador Valadares, onde foram torturados por uma semana,conforme o depoimento de José Rodrigues e, finalmente naPenitenciária de Neves. Hércules morreu em 1972 em um acidente deautomóvel. A CEMDP entendeu não existir nexo causal da morte comperseguição política e encaminhou o processo para a Comissão deAnistia do Ministério da Justiça.| 453 |

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