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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEO relatório do Ministério Público Federal de São Paulo, assinado pelos procuradores Marlon Alberto Weichert, Guilherme Schelb, UbiratanCazetta e Felício Pontes Jr, de 28/01/2002, também registra a partir de depoimentos tomados de moradores da área, quase 30 anos depois:“Fátima: HELENIRA REZENDE, foi vista por um depoente, baleada na coxa e na perna, sendo carregada em cima de um burro de um morador daregião, próximo à localidade de Bom Jesus. Outro depoente ouviu referências de que Fátima foi vista na base de Oito Barracas. E um terceiroconta que ‘ouviu falar’ ter Fátima chegado já morta em Oito Barracas, em função de ferimentos”. Os procuradores também registram comopossível local de sepultamento as proximidades do igarapé Tauarizinho, na base de Oito Barracas.Entre 1969 e 1972, a família de Helenira foi chamada sistematicamente a prestar declarações ao DOPS/SP e ao II Exército.CIRO FLÁVIO SALAZAR DE OLIVEIRA (1943–1972)Número do processo: 143/96Filiação: Maria de Lourdes Salazar e Oliveira e Arédio OliveiraData e local de nascimento: 26/12/1943, Araguari (MG)Organização política ou atividade: PCdoBData do desaparecimento: 29 ou 30/09/1972Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 - 04/12/95Natural de Araguari, no Triângulo Mineiro, sua família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde Ciro estudou em duas escolas tradicionais dobairro Laranjeiras, o primário no Colégio Santo Antônio Maria Zacarias e o secundário no Colégio Franco Brasileiro. Ingressou em 1964 naFaculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (hoje UFRJ), na Ilha do Fundão. Participante ativo do Movimento Estudantil, foidetido pelo DOPS distribuindo folhetos no dia da passeata dos 100 mil, 26 de junho de 1968. Libertado, passou a atuar na clandestinidade.A revista Manchete publicou foto em que Ciro Flávio aparecia incendiando uma viatura policial durante manifestação estudantil, o quelhe valeu intensa perseguição policial.Em 1970, já engajado no PCdoB, foi para a região do Araguaia, estabelecendo-se na área do rio Gameleira. Integrado ao Destacamento Bdos guerrilheiros, morou em Palestina, município de São João do Araguaia, onde, junto com Paulo Roberto Pereira Marques, instalou umapequena farmácia, valendo-se de sua própria experiência familiar, filho que era de um proprietário de farmácia na Zona Norte do Rio de Janeiro.Conforme já transcrito anteriormente do Relatório Arroyo, morreu metralhado em 29 ou 30/09/1972. Em abril de 1973, foi mostradoa Criméia Alice Schmidt de Almeida, ex-guerrilheira do Araguaia, presa no PIC de Brasília, um slide onde aparecia o cadáver de Ciro.O Relatório apresentado pelo Ministério do Exército ao ministro da Justiça Maurício Corrêa, em 1993, registra que Ciro “teria sido morto emoutubro de 1972”. Em certidão fornecida pela ABIN, em resposta a um pedido de esclarecimento feito pela Secretaria Especial dos <strong>Direito</strong>sHumanos da Presidência da República, consta que em março de 1975 seu nome integrou uma relação nominal elaborada pelo SNI de mortose desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. Nesta lista aparece como “morto em 1971”.O “livro negro do terrorismo”, produzido pelo CIE entre 1986 e 1988, por determinação do então ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves,registra na página 725 a morte como ocorrendo no dia 29: “Ainda nesse dia (29 de setembro de 1972), um grupo de terroristas aproximou-sede um casario. Um deles foi visto, no momento em que retrocedia, por um dos componentes de uma patrulha do 6º BC. A patrulhaempreendeu perseguição aos subversivos e no tiroteio travado acabou por matar três terroristas do grupo: Ciro Flávio Salazar de Oliveira(Flávio) e Manoel José Nurchis (Gil), do destacamento B, e João Carlos Haas Sobrinho (Juca), da Comissão Militar”.| 214 |

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