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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEGolpe, viveu um certo período de fortalecimento e atraiu para suasfileiras, ou para seu campo de simpatia, setores expressivos dosmilitares nacionalistas envolvidos nas mobilizações de sargentos emarinheiros entre 1963 e 1964.Em 1967 o 4º Congresso aprova, com escassa maioria, o conhecidoPrograma Socialista para o Brasil basicamente redigido por “ErnestoMartins” (Erick Sacks), com uma leitura da realidade econômico-socialbrasileira bastante diferente da que era feita pelo PCB,o que levava a uma conclusão fundamental: a burguesia brasileiranão deveria ser vista como aliada da classe operária na luta revolucionária.O caráter da revolução não deveria ser apontado, portanto,como “Nacional e Democrático”, e sim Socialista. O própriodesfecho da crise de 1964 foi ostentado, pela POLOP, como provado alinhamento da burguesia brasileira com o capital monopolistainternacional e como desmistificação de seu suposto potencialanti-imperialista.Numa seqüência de quatro documentos intitulados Aonde Vamos?,também escritos por “Ernesto Martins”, a POLOP desenvolve outrosaspectos de sua linha política, concluindo, no campo da estratégia,que o caminho da luta armada no Brasil deveria centrar-se no esquemado foco guerrilheiro teorizado pelo intelectual francês RegisDebray como sistematização da experiência cubana. Isso aparentementerepresentava uma contradição com as idéias gerais da POLOP,apontando claramente para uma estratégia da luta urbana.Após atrair os referidos grupos de militares remanescentes do MovimentoNacional Revolucionário, a PALOP envolveu-se em duasarticulações voltadas para a deflagração de ações guerrilheiras.A primeira, em 1964, abortada pela repressão no Rio de Janeiroainda na etapa de planejamento e discussões, ficou conhecidaironicamente como Guerrilha de Copacabana. A segunda foi reprimidaem 1967, quando se iniciava uma implantação de quadrose treinamentos militares numa área montanhosa nas fronteirasentre Minas, Rio e Espírito Santo, sendo registrada na época comoGuerrilha de Caparaó.Por volta de 1967, o surto de cisões e lutas internas que sacudiuo PCB no balanço das causas da derrota de 1964 se irradioutambém para a POLOP, cuja direção começou a ser criticadapor imobilismo e até mesmo por incorrer em posicionamentoreformistas. Assim como nas dissidências do PCB, na POLOP aquestão da deflagração imediata da luta armada, nos moldespropostas pela OLAS – Organização Latino-Americana de Solidariedade– ocupou a disputa interna.No fim de 1967 e início de 1968 o que restou da POLOP fundiu-seà Dissidência Leninista do PCB no Rio Grande do Sul, para formaruma nova organização intitulada POC - Partido Operário Comunista,enquanto incorporava também uma dissidência de estudantessecundaristas ligados ao PCB no Rio de Janeiro. Em abril de 1970,um grupo de militantes se desliga do POC para voltar a constituira POLOP, agora rebatizada com o nome OCML-PO, daí em diantemais conhecida pela sigla abreviada, “P.O”.. A nova POLOP manteveoficialmente como documentos básicos o Programa Socialistapara o Brasil e outros textos da fase anterior ao surgimento doPOC, apropriando-se do jornal Política Operária, que deixou de serórgão do POC.Como já foi visto, em janeiro de 1975 foi lançada no exterior arevista teórica Brasil Socialista, editada conjuntamente pela AP,MR-8 e POLOP, que então constituíam uma Tendência Proletáriavoltada para um projeto comum de construção do partido revolucionáriono país. Três anos mais tarde a POLOP se retirou dessafrente por discordar da preocupação crescente das duas outras organizaçõescom a inclusão das bandeiras democráticas no centroda propaganda tática dos revolucionários naquele momento histórico.É provável que em todo o seu período de existência a POLOPnão tenha ultrapassado a casa dos mil militantes. No fundamental,seu maior peso esteve alicerçado no meio estudantil e, quando donascimento, contou com alguns jovens intelectuais e estudantesde expressão, além de numerosos professores universitários nosanos posteriores.PORT - Partido Operário Revolucionário (Trotskista)As primeiras dissidências de inspiração trotskista surgidas no Brasilremontam a 1929, logo após a expulsão de Trotsky da União Soviética.Os primeiros comunistas brasileiros que se alinharam com asidéias de Trotsky quando de seu rompimento com o Partido dirigidopor Stálin organizaram-se como Liga Comunista Internacionalistaou Oposição Internacionalista de Esquerda. De início os trotskistasbrasileiros acreditavam na possibilidade de “regeneração do PCB”e atuavam prioritariamente como propagandistas de posições políticasdestinadas a viabilizar a esperada mudança.Como regra geral, os trotskistas brasileiros não lograram constituirpartidos com penetração expressiva no movimento operárioe suas fileiras tiveram composição marcadamente intelectual. Em1937, quando boa parte do CC do PCB se encontrava nos cárcerespolíticos de Getúlio Vargas, ocorreu uma cisão trotskista lideradapor Hermínio Sachetta no Regional de São Paulo, que foi acompanhadapor um certo número de bases operárias. Esse grupo criou| 468 |

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