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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOStralhadoras e fuzis foram disparados contra os guerrilheiros nomeio da floresta. (...) No ataque morreram Maurício Grabois, PauloMendes Rodrigues, chefe da Coluna B da guerrilha; Gilberto Olímpio,técnico industrial, casado com a filha de Grabois, e GuilhermeGomes Lund, estudante de arquitetura na Universidade Federal doRio de Janeiro, na clandestinidade desde 1968. (...). O oficial quepresenciou a morte de Grabois, porém, garante que houve somentequatro mortes no ataque do dia de Natal de 73”.Curió, em reportagem do SBT, em julho de 1996, fez referência aum combate com 10 guerrilheiros, no começo da 3ª campanha, nalocalidade de Some Homem, sendo que quatro deles morreram.Tudo indica que ele se refere ao combate do dia 25/12/73. O localcitado por Curió provavelmente é o mesmo descrito por Osvaldão,no Relatório Arroyo, pois Some Homem fica a uns 6 km da FazendaConsolação e 4 km distante do rio Saranzal. Ali, alguns teriam sidopresos, outros escaparam e quatro teriam sido mortos no local.MAURÍCIO GRABOIS (1912–1973)Número do processo: 154/96Data e local de nascimento: 02/10/1912, Salvador (BA)Filiação: Dora Grabois e Agostim GraboisOrganização política ou atividade: PCdoBData do desaparecimento: 25/12/1973Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95Baiano de Salvador, filho de uma família humilde de judeus russos, desapareceu aos 61 anos no Araguaia. Maurício fez o curso primário emvários colégios devido às inúmeras viagens e mudanças de sua família. Em 1925, ingressou no Ginásio da Bahia e se formou em 1929, sendocolega de Carlos Marighella. No início do ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, então capital da República, onde passou a freqüentar o cursopreparatório para a Escola Militar do Realengo, nela ingressando em 1931. Não concluiu o curso, por ter sido expulso em 1933. Foi entãopara a Escola de Agronomia, onde cursou até o 2° ano, abandonando definitivamente os estudos para dedicar-se à militância política.No início da década de 30, Grabois foi um dos primeiros organizadores do Partido Comunista nas Forças Armadas, quando aluno da Escola Militar.Logo após sua entrada no partido, em 1932, atuou na Juventude Comunista e, em 1934, foi encarregado do setor nacional de agitação e propagandada Federação da Juventude Comunista do Brasil. Em 1935, Maurício Grabois engajou-se nas ações desenvolvidas pela Aliança NacionalLibertadora (ANL). Durante o período do Estado Novo (1937-1945), foi condenado à revelia, em 1940, num processo em Minas Gerais. No início de1941, foi preso no Rio de Janeiro. Libertado nos primeiros meses de 1942, quando Prestes, Marighella e outros dirigentes do partido permaneceramdetidos, teve papel destacado, ao lado de Amarílio Vasconcelos, na Comissão Nacional de Organização Provisória (CNOP) que preparou a Conferênciada Mantiqueira, de 1943, onde o Partido foi reorganizado e Grabois foi eleito para seu Comitê Central.Trabalhou na empresa de aviação Panair do Brasil e participou da fundação e da direção da Editora Horizonte, do Partido Comunista, comsede no Rio de Janeiro. Em maio de 1945, dirigiu o jornal A Classe Operária, função que manteria até 1949, quando a publicação foi fechada.Nas eleições de 02/12/1945 para a Assembléia Nacional Constituinte, o partido elegeu um senador e 14 deputados, entre os quais Grabois,pelo antigo Distrito Federal. Assumindo seu mandato em fevereiro de 1946, foi designado líder da bancada comunista. O período da legalidadedo partido chegou ao fim em 07/05/1947, quando o TSE cancelou o seu registro e Grabois teve o mandato cassado.Devido à repressão policial aos comunistas a partir de 1948, Grabois passou a atuar na clandestinidade. Em agosto de 1957, alinhou-se coma ala de dirigentes comunistas que rejeitou a política soviética de coexistência pacífica, divergindo da orientação majoritária no partido,que nesse período tinha trocado a antiga denominação Partido Comunista do Brasil por Partido Comunista Brasileiro. Em fevereiro de 1962,ao lado de João Amazonas, Pedro Pomar, Carlos Danielli e outros, participou da fundação do PCdoB, retomando a denominação anterior econsiderando esse ato como sendo uma reorganização do partido fundado em 1922. Em março de 1962, o PCdoB relançou A Classe Operária,órgão central do partido, dirigido por Grabois e Pedro Pomar.Após abril de 1964, voltou a viver na clandestinidade. Por força do AI-2 (27/10/1965), teve seus direitos políticos cassados. Foi condenado, emvários processos na Justiça Militar, nas Auditorias do Rio de Janeiro, a penas que ultrapassavam 14 anos na soma. Em meados da década de 60,| 229 |

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