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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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Casos após o AI-51969Adecretaçãodo Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 13 de dezembro de 1968, abre uma nova faseno cômputo geral das mortes e desaparecimentos de opositores políticos do regime militar.O número de casos levados a exame da CEMDP relativos a 1969 mais do que dobra, emcomparação com 1968, volta a subir em 1970 e atinge seu ápice no triênio 1971/1973, quando seregistra média de aproximadamente 50 casos por ano.MARCOS ANTÔNIO BRÁZ DE CARVALHO (1940-1969)Número do processo: 017/02Filiação: Anna Braz de Carvalho e José de Carvalho FilhoData e local de nascimento: 05/01/1940, Angra dos Reis (RJ)Organização política ou atividade: ALNData e local da morte: 28/01/1969, São Paulo (SP)Relator: André Sabóia MartinsDeferido em: 15/12/2004 por unanimidadeData da publicação no DOU: 27/12/2004O desenhista mecânico Marcos Antônio Braz de Carvalho, conhecido como Marquito, foi morto no dia 28/1/1969, na sua residência emSão Paulo. Os policiais do DOPS, chefiados pelo delegado Raul Nogueira de Lima, o “Raul Careca” (já mencionado no caso José Guimarães),invadiram um apartamento na rua Fortunato, área central da capital paulista, sendo o militante da ALN morto com vários tiros. Os legistasforam Erasmo M. de Castro de Tolosa e Orlando Brandão, que apontaram como causa da morte “hemorragia interna traumática”.As condições de sua morte foram assim descritas pelo jornalista Elio Gaspari em A Ditadura Escancarada: “No dia 28 de janeiro, depois deir a um ‘ponto’ onde deveria encontrar um colega, resolveu procurá-lo no aparelho. Virou a chave na fechadura, e a polícia caiu-lhe em cima.Foi morto a tiros”.Documentos dos órgãos de segurança do regime militar o apontam como pessoa diretamente ligada a Carlos Marighella, com treinamentode guerrilha em Cuba, e que comandava o grupo de fogo do Agrupamento Comunista de São Paulo, depois rebatizado para ALN.Entre as inúmeras ações armadas a ele imputadas está a execução do capitão do exército norte-americano, Charles Rodney Chandler, em12/10/1968, acusado, pelos executores, de ser agente da CIA.Na CEMDP, o relator André Saboia Martins apresentou o caso em reunião de 11/12/2003. O perito do Instituto de Criminalística do Departamentode Polícia Técnica do Distrito Federal, Celso Nenevê, após analisar vários documentos do processo, constatou que “o depoimento do inspetor RaulNogueira de Lima não é coincidente com os achados necroscópicos no tocante às regiões atingidas (o depoimento apresenta que Marcos Antônioencontrava-se ‘atirado na perna’) e na quantidade de disparos efetuados (depreende-se da declaração que foram efetuados apenas dois disparos| 89 |

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