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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOSNo relatório do Ministério do Exército, apresentado em 1993 ao ministro da Justiça Maurício Corrêa, consta que, “usava os codinomesDinorá e Maria Dina e que sua carteira de identidade havia sido apreendida em um aparelho rural do PCdoB”. Já o relatório do Ministério daMarinha, do mesmo ano, registra que “Dinaelza foi morta em 8 de abril de 1974. (...) relacionada entre os que estiveram ligados à tentativade implantação de guerrilha rural. Levada a efeito pelo Comitê Central do PCdoB, em Xambioá”. Segundo depoimento de moradores de Xambioá,Dinaelza foi capturada por forças do Exército.No relatório apresentado pelos procuradores Marlon Weichert, Guilherme Schelb, Ubiratan Cazetta e Felício Pontes Jr., em 28/01/2002,também ficou registrado: “Mariadina: Dinaelza S. Coqueiro, foi presa por um mateiro e entregue ao Exército. Interrogada na casa de umcamponês, teria cuspido em um dos oficiais e então executada”.O livro de Elio Gaspari traz depoimento de José Veloso de Andrade, encarregado da lanchonete da Bacaba, informando ter visto seis guerrilheiros,vivos, naquele acampamento militar: Mariadina (Dinaelza), Chica (Suely Yumiko Kanayama), Edinho (Hélio Luiz Navarro de Magalhães),Beto (Lúcio Petit), Valdir (Uirassu de Assis Batista), Pedro Carretel (Pedro Matias de Oliveira) e Rosa (Maria Célia Corrêa).No livro de Hugo Studart, consta: “Foi presa e executada pelos militares. A arma do militar falhou no momento da execução, de acordo comdepoimento a esta pesquisa. Teria sido enterrada perto de São Geraldo, segundo camponeses”.Taís Morais e Elmano Silva escreveram em Operação Araguaia sobre Dinaelza: “Presa pelo mateiro Manoel Gomes nas proximidades da OP-1, revoltou-se com o tratamento recebido do Exército. Meiga com os familiares, xingou o Major Curió de ‘chifrudo’ e cuspiu na cara de umoficial. Foi morta em 8 de abril de 1974, segundo os registros da Marinha”.O número 208 de A Classe Operária, órgão oficial do PCdoB, trouxe trechos do depoimento prestado à Comissão de <strong>Direito</strong>s Humanos da Câmarados Deputados por Cícero Pereira Gomes, posseiro no Araguaia que colaborou com o Exército no combate à guerrilha. Depois de descrever comdetalhes as torturas aplicadas a guerrilheiros e moradores da região, informou que o corpo de Dinaelza Santana Coqueiro está enterrado na alturado quilômetro 114 da rodovia que liga São Geraldo a Marabá, indicando o local da cova, perto de uma casa de tábua.Dinaelza era irmã de Diva Santana, que hoje dirige o Grupo Tortura Nunca Mais da Bahia e integra a Comissão Especial sobre Mortos eDesaparecidos Políticos, da Secretaria Especial dos <strong>Direito</strong>s Humanos da Presidência da República, responsável por este livro-relatório.OSVALDO ORLANDO DA COSTA (1938–1974)Número do processo: 113/96Filiação: Rita Orlando dos Santos e José Orlando da CostaData e local de nascimento: 27/04/1938, Passa Quatro (MG)Organização política ou atividade: PCdoBData do desaparecimento: entre janeiro e abril de 1974Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95Mineiro de Passa Quatro, Osvaldão, como era conhecido, foi o primeiro quadro do PCdoB a chegar ao Araguaia, entre 1966 e 1967. Negro,1,98m de altura, forte, era tido como generoso e corajoso, sendo muito respeitado pelos moradores e por seus companheiros. Carismáticoe temido pelos militares, foi um grande mito da guerrilha entre a população da região, ao lado de Dina.Entre 1952 e 1954 morou na cidade de São Paulo, onde fez o curso Industrial Básico de Cerâmica na Escola Técnica. Mudou-se para o Riode Janeiro e se formou na Escola Técnica Federal, como Técnico de Construção de Máquinas e Motores, em 1958. Como atleta, vinculouseao Botafogo Futebol e Regatas, onde foi campeão carioca de boxe. Tornou-se oficial da reserva do Exército, após servir no Centro dePreparação de Oficiais da Reserva - CPOR do Rio de Janeiro.| 249 |

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