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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEgumas vezes a sigla “M3G”. Registrou-se, na época, que esse grupotinha uma estruturação política bastante inconsistente. Algumas dasações armadas executadas pelo M3G se deram em cooperação coma VAR-Palmares e com outros grupos armados estruturados no RioGrande do Sul, principalmente na área da gGrande Porto Alegre.Em abril de 1970, Edmur e praticamente todo o grupo foram detidosno Rio Grande do Sul, numa seqüência de prisões que atingiuvárias organizações que desencadeavam atividades conjuntas.“Gauchão” foi apresentado imediatamente à imprensa com grandesensacionalismo, fazendo declarações que incriminavam seuscompanheiros de ideologia. Em janeiro de 1971 foi incluído entreos presos políticos remetidos ao Chile em troca da libertação doembaixador suíço.MCR - Movimento Comunista RevolucionárioNnúcleo extremamente reduzido de militantes que romperam como POC, no Rio Grande do Sul, em julho de 1970, e atuaram naqueleestado até dezembro do mesmo ano, quando os órgãos de repressãoconseguiram aprisionar praticamente todos os seus integrantes. Ogrupo que constituiu o MCR desligou-se do POC impelido mais pormétodos de direção e desavenças pessoais do que por divergênciaspolíticas. A nova organização manteve com seus documentos básicosos mesmos textos do POC, afirmando divergir desse partidoapenas em alguns aspectos de conteúdo tático.O MCR representou uma articulação comandada por dois integrantesdo “Setor Especial” do POC, que se desentenderam com adireção daquela organização e acabaram sendo expulsos em meadosde 1970, passando a estruturar um círculo de militantes queatuam em ligação com a VPR gaúcha até as prisões de dezembro.Esse “Setor Especial” tinha sido constituído naquele período poruma das alas em que se tinha fracionado o POC; neste caso, ados que defendiam a participação em ações de guerrilha urbana.Durante o período em que existiu estruturado o MCR executousete operações armadas de maior envergadura, além de algumaspanfletagens e pichamentos com propaganda revolucionária. Asações de guerrilha urbana foram realizadas sempre em cooperaçãocom a VPR e a maior delas, pouco tempo antes das prisões, foi umassalto simultâneo a uma agência bancária e a um estabelecimentohospitalar em Porto Alegre.Embora esse grupo não tenha chegado a se estruturar realmentecomo organização, seus integrantes afirmavam discordar da linhamilitarista adotada pelas organizações de guerrilha urbana, emesmo da VPR com quem atuavam intimamente vinculados. Propugnavampor uma atenção maior ao trabalho político, embora aconduta efetiva dos integrantes do MCR tenha sido pautada poruma linha idêntica à dos grupos criticados. Antes da constituiçãodo MCR um desses dirigentes do grupo havia atuado com o M3Gem algumas ações armadas realizadas em 1969 no Sul, e o próprio“Setor Especial” do POC havia se deslocado para São Paulo no iníciode 1970, onde agiu em conjunto com o MRT, a REDE, a VPR ea ALN em ações para obtenção de recursos financeiros. O MCR, aoque tudo indica, não ultrapassou a casa de uma dezena de integrantes,se considerados estritamente aqueles que assumiam umapostura efetiva de membros de uma organização clandestina.Grupos dos OnzeEm 29 de novembro de 1963 o então deputado federal pela Guanabara,Leonel Brizola, lançou um documento formulando oficialmenteuma proposta de constituição, em todo o Brasil, de “ComandosNacionalistas”, ou “Grupos dos Onze Companheiros”, queteriam como lema de ação três objetivos fundamentais: defesa dasconquistas democráticas do povo brasileiro, reformas imediatas elibertação nacional. Tratava-se de dar estruturação orgânica aoamplo contingente de seguidores de Brizola por todo o país e tambémaos inúmeros setores que procuravam acelerar as mobilizaçõespelas Reformas de Base, posicionando-se, portanto à esquerdade Goulart e do próprio PCB.O veículo para divulgação das propostas brizolistas naquele momentoera a poderosa Radio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro,ouvida em praticamente todo o Brasil, que levava ao ar mensagenseletrizantes de Brizola, que desde a crise da renúncia de JânioQuadros, em agosto de 1961, se caracterizava como a personalidadepolítica nacional de posicionamento mais radicalizante.É impossível calcular a quantidade de Grupos dos Onze que foramconstituídos no país a partir desse segundo semestre de 1963 edos que começaram a ser planejados. Mas, em praticamente todosos Estados do Brasil seguiu-se uma onda de respostas positivas aochamamento, com a maior intensidade no Rio Grande e demaisEstados do Sul. Todo o esquema petebista vinculado a Brizola e àsbandeiras nacionalistas mais radicalizantes, inúmeros segmentosindependentes da esquerda e mesmo setores anteriormente vinculadosao PCB e ao nascente PcdoB trabalharam na constituição deGrupos dos Onze .Desde o 1º de abril de 1964 a repressão desfechada pelo novo regimese abateu com certa predileção sobre esses agrupamentos,apontando-os indiscriminadamente como comunistas e vinculados| 484 |

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