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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEO filho de Capistrano, também chamado David, se tornaria mais tarde um importante médico sanitarista, dirigente do PCB, sendo preso novevezes durante o regime militar, a primeira com 16 anos, em abril de 1964. Recuperado o Estado Democrático de <strong>Direito</strong>, foi eleito prefeitode Santos pelo PT, seu novo partido, obtendo essa vitória em 1992 no mesmo dia em que a revista Vejapublicou a informação de que seupai teria sido esquartejado pelos órgãos de segurança em 1974.Intervieram diretamente junto ao governo brasileiro apelando pela vida de David Capistrano o primeiro secretário do Partido SocialistaFrancês, François Miterrand, o presidente Giscard d’Estaing e até mesmo o papa Paulo VI, que enviou ao Rio de Janeiro dois missionáriospara tratar diretamente com Geisel desse e de outros casos de desaparecimentos. Em fevereiro de 1975, o preso político Samuel Dib, taxistaem Uruguaiana, acusado de pertencer ao comitê de fronteira do PCB, prestou declarações ao DOPS afirmando que estivera com David emmarço de 1974, em Paso de los Libres, e que ele tinha entrado no Brasil com José Roman num carro Volkswagen, cor gelo, no dia 15 demarço e que soubera que não haviam chegado a São Paulo.O documento 203/187, do DOPS/RJ registra: “Segundo anotações neste Departamento em 16 de setembro de 1974, David Capistrano daCosta, encontra-se preso há quatro meses, sendo motivo da Campanha da Comissão Nacional Pró-Anistia dos Presos Políticos”. Prontuáriodo DOPS/RJ repete a informação.Na entrevista que deu à revista IstoÉde 01/04/1987 o ex-médico Amílcar Lobo declarou que atendeu David nas dependências do DOI-CODI/RJ. O ex-sargento e ex-agente do DOI-CODI/SP, Marival Dias Chaves, em entrevista à revista Veja, declarou que David Capistrano estevepreso no DOI-CODI do Rio de Janeiro e foi levado para a Casa de Petrópolis, juntamente com José Roman, onde foi executado e esquartejado,tendo seus restos mortais sido ensacados e jogados num rio próximo.Nos relatórios militares de 1993, apenas o da Marinha contém uma informação sobre David Capistrano, por sinal contendo um dado truncadoe misterioso sobre o local em que teria sido atendido, podendo, em tese, ser uma referência ao manicômio judiciário de Franco daRocha, para onde alguns presos políticos foram levados naquele período: “desapareceu em São Paulo, no dia 16/03/74. Pertencia ao ComitêCentral do PC, tendo sido preso na unidade de atendimento do Rocha, em São Paulo/SP”.JOÃO MASSENA MELO (1919 – 1974)Número do processo: 195/96Filiação: Olímpia Melo Maciel e Sebastião Massena MeloData e local de nascimento: 16/08/1919, Água Preta, à época distrito de Palmares (PE)Organização política ou atividade: PCBData e local do desaparecimento: 03/04/1974, São Paulo (SP)Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95LUIZ IGNÁCIO MARANHÃO FILHO (1921 – 1974)Número do processo: 043/96Filiação: Maria Salomé de Carvalho Maranhão e Luiz IgnácioData e local de nascimento: 25/01/1921, Natal (RN)Organização política ou atividade: PCBData e local do desaparecimento: 03/04/1974, São Paulo (SP)Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95| 376 |

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