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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEWilson Silva como sendo uma das vítimas de torturas atendidas por ele. Ao ver a foto de Ana Rosa, o militar a identificou como uma daspresas, mas sem demonstrar convicção ou certeza. Também o ex-agente do DOI-CODI/SP, em entrevista à Vejade 18/11/1992, informou:“Foi o caso também de Ana Rosa Kucinski e seu marido, Wilson Silva. Foram delatados por um cachorro, presos em São Paulo e levados paraa casa de Petrópolis. Acredito que seus corpos também foram despedaçados”.O Relatório do Ministério da Marinha, enviado ao Ministro da Justiça, Maurício Correa, em 1993, confirmou que Wilson Silva “foi preso emSão Paulo a 22/04/1974, e dado como desaparecido desde então”. Na ficha de Wilson Silva, no arquivo do DEOPS, consta que ele foi “presoem 22/04/1974, junto com sua esposa Rosa Kucinski”.THOMAZ ANTÔNIO DA SILVA MEIRELLES NETTO (1937 – 1974)Número do processo: 088/96Filiação: Togo Meirelles e Maria Garcia MeirellesData e local de nascimento: 01/07/1937, em Parintins (AM)Organização política ou atividade: ALNData e local do desaparecimento: 07/05/1974, no Rio de JaneiroData da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04 de dezembro de 1995Jornalista e sociólogo, dirigente da ALN, o amazonense Thomaz Meirelles desapareceu em 07/05/1974, no Rio de Janeiro. Natural deParintins (AM), chegou ao Rio de Janeiro em 1958, onde teve início seu engajamento político, participando do movimento secundaristaatravés da UBES e, depois de iniciar a universidade, através da UNE. Em 1961, atuou abertamente na resistência em defesa da legalidadeconstitucional, contra a tentativa de golpe militar que se seguiu à renúncia do presidente Jânio Quadros.Paralelamente à sua atividade profissional como jornalista, contribuiu na organização de inúmeras manifestações culturais e políticas nofinal dos anos 50 e início dos anos 60, por meio do Comitê Popular de Cultura da UNE. Sua militância partidária começou no PCB, tendodepois ingressado na ALN. Casado com a jornalista Miriam Marreiro, teve com ela dois filhos, Larissa e Togo.Cumprindo todos os trâmites legais em relação a um país com o qual o Brasil mantinha relações diplomáticas normais, Thomaz Meirellessolicitou uma bolsa de estudos para continuar sua formação universitária e seguiu para a União Soviética, em 1962, onde cursou Filosofiana Universidade Central de Moscou.Retornou ao Brasil em 13/11/1969, já na polarizada conjuntura repressiva do início do governo Médici. Poucos meses depois, foi obrigado aviver na clandestinidade. Preso pela primeira vez em 18/12/1970, quando transitava na Rua da Alfândega (Rio de Janeiro), foi levado parao DOI-CODI e lá sofreu a violência das torturas. Posteriormente, foi condenado a três anos e seis meses de prisão. Cumpriu condenação porsuas atividades políticas na ALN, existindo em seu processo judicial forte carga contra o fato de ter estudado na União Soviética. Libertadoem 17/11/1972, mais uma vez foi obrigado a refugiar-se na clandestinidade. Thomaz Meirelles foi preso pela última vez em 07/05/1974,no bairro do Leblon, Rio de Janeiro, e a partir dessa data nunca mais visto. Após o seu desaparecimento, foi julgado à revelia, em São Paulo,pela 2ª Auditoria Militar, sendo condenado à pena de dois anos de reclusão.O nome de Thomaz consta da lista de pessoas consideradas desaparecidas e assumidas como mortas por um general responsável peloaparelho repressivo, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em 28/01/1979. Notícia veiculada pelo Correio da Manhãdo Rio de Janeiro,de 03/08/1979, afirma que 14 desaparecidos políticos foram mortos pelos serviços secretos das Forças Armadas e dentre eles está o nomede Thomaz. A reportagem da Folha de S. Paulo ouviu de dois generais e de um coronel essa informação. Em 15/04/1987, a revistaIstoÉ, nareportagem Longe do Ponto Final, publicou declarações do ex-médico militar Amílcar Lobo de que havia visto Thomaz no DOI-CODI no Riode Janeiro, sem precisar a data.| 382 |

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