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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEElmo era conhecido na região como Lourival e foi visto pela última vez por seus companheiros no dia 25 de dezembro de 1973. Segundo o depoimentode um camponês da região, teria sido morto pelas forças da repressão na localidade de Carrapicho. Possivelmente seus restos mortaisestejam enterrados ali. O Relatório do Ministério da Marinha, apresentado em 1993 ao ministro da Marinha Maurício Corrêa, registra que Elmo“foi morto em 14/05/1974”, sem esclarecer mais nada. Com base no Dossiê Araguaia, escrito por militares que atuaram diretamente na repressãoà guerrilha, o jornalista Hugo Studart registra em A Lei da Selva que sua morte teria ocorrido em dezembro de 1973.LUIZA AUGUSTA GARLIPPE (1941–1974)Número do processo: 058/96Filiação: Durvalina Santomo Garlippe e Armando GarlippeData e local de nascimento: 16/10/1941, Araraquara (SP)Organização política ou atividade: PCdoBData do desaparecimento: entre maio e julho de 1974Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95Luiza nasceu em Araraquara, no interior paulista, onde estudou até completar o ensino médio no IEBA, Instituto de Educação Bento deAbreu. Mudou-se então para São Paulo, onde cursou Enfermagem na USP, formando-se em 1964. Em seguida, passou a trabalhar no Hospitaldas Clínicas, chegando ao posto de enfermeira-chefe do Departamento de Doenças Tropicais, assunto em que se especializou. Realizouviagens de estudo pelo interior do país, percorrendo estados como Amapá e Acre. Também participou da Associação dos Funcionários doHospital das Clínicas. Atuante na militância política contra o regime militar, era integrante do PCdoB.No início dos anos 70, foi deslocada para o Araguaia, indo viver na região do Rio Gameleira, onde desenvolveu trabalho de saúde, destacando-secomo parteira. Era conhecida na área como Tuca e assumiu a coordenação do setor de saúde da guerrilha após a morte de JoãoCarlos Haas. No Araguaia, integrava o Destacamento B e era companheira de Pedro Alexandrino de Oliveira, o Peri.Segundo informações de seu irmão Armando Garlippe Junior, a última vez que os familiares a viram foi no início dos anos 70. “Posteriormente,fomos perdendo contato. Não sabíamos onde ela estava. Pensávamos que ela pudesse estar presa. Às vezes, chegavam informaçõesdesencontradas sobre o seu paradeiro. Alguns diziam que ela estava no exterior: outros falaram que ela se encontrava no Nordeste. Só muitotempo depois fomos saber sobre o Araguaia. Na verdade, naquela época, a comunicação era difícil. As forças da repressão nos vigiavam”.Sabe-se que sobreviveu ao ataque da manhã de Natal de 1973 e existem divergências a respeito da data de sua morte ou desaparecimento.O Relatório do Ministério da Aeronáutica, de 1993, registra apenas que Luiza era “Militante do PCdoB e guerrilheira no Araguaia”. O Relatóriodo Ministério do Exército, do mesmo ano, agrega: “Militante do PCdoB integrando o destacamento da guarda do Comando Militar naGuerrilha do Araguaia, considerada desaparecida desde 5/74”. O Relatório do Ministério da Marinha apresenta a informação de que morreuem junho de 1974: “NOV/74, relacionada entre os que estiveram ligados à tentativa der implantação da guerrilha rural, levada a efeito pelocomitê central do PCdoB, em Xambioá. Morta em junho/74”.Por fim, o Dossiê Araguaia, produzido por militares que participaram da luta contra os guerrilheiros apresenta o mês de julho como datade sua morte, segundo escreve Hugo Studart em A Lei da Selva: ”Foi presa em julho de 1974, em companhia da guerrilheira Dinalva OliveiraTeixeira, a Dina. Foi executada no mesmo dia de Dina, perto de Xambioá”.Em 17/01/2004, em reunião realizada na Câmara Municipal de Araraquara, foi constituída a Comissão de <strong>Direito</strong>s Humanos Luiza AugustaGarlippe, em sua homenagem.| 254 |

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