27.01.2015 Views

Economia Solidára na America Latina SENAES SOLTEC

Economia Solidára na America Latina SENAES SOLTEC

Economia Solidára na America Latina SENAES SOLTEC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

52<br />

A <strong>Economia</strong> Solidária <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>: realidades <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e políticas públicas<br />

graves que acontecem de vez em quando e aí somos obrigados a cancelar a parceria.<br />

Mas isso implica em voltar ao marco zero, significa que a política não será implementada<br />

já, terá que se fazer uma nova chamada e começar tudo do marco zero.<br />

No início da <strong>SENAES</strong>, eu achava isso uma enorme burocracia, acho que meus companheiros<br />

também. No início, não estávamos preparados, era muito difícil passar da teoria à<br />

prática. Hoje eu acho que o problema não é a longa tramitação dos projetos mas a imensa<br />

roubalheira nos convênios com as entidade sem fim de lucro da sociedade civil. Essa burocracia<br />

toda tem razão de ser. Vou dar o exemplo de uma entidade que fomenta bancos comunitários,<br />

o nosso Instituto Palmas lá de Fortaleza, que faz essa política para nós com muito<br />

êxito – são companheiros que merecem toda a nossa confiança. Para eles contratarem qualquer<br />

coisa, eles querem fazer uma reunião com a Federação dos Bancos Comunitários: eles<br />

têm que fazer uma chamada do mesmo jeito que nós, têm que ver quem oferece as passagens<br />

e hospedagem em Brasília mais barato. Isso leva meses, mas tem que ser feito desse jeito, pelo<br />

menos eu não consigo propor nenhuma alter<strong>na</strong>tiva melhor. Seria genial se houvesse uma<br />

operação cerebral para tor<strong>na</strong>r todo mundo idealista, militante e honesto. Infelizmente não a<br />

inventaram ainda. Então, essa burocracia toda é um preço que nós pagamos por uma cultura<br />

de transgressões que não é só com convênios com ONGs, mas com tudo o que o governo<br />

gasta. Sobretudo obras, mas também compras, o que o governo federal tiver que comprar<br />

tem que passar por essa burocracia e ainda assim há roubalheira.<br />

Quero chamar a atenção para o fato de que uma das nossas políticas mais importante está<br />

no terreno da educação, nós precisamos difundir a <strong>Economia</strong> Solidária. Essa também é uma<br />

política importante, pois nós precisamos de peritos em <strong>Economia</strong> Solidária, gente que entende<br />

em profundidade o que ela é, como e com quem ela está sendo construída e como essas<br />

políticas podem acelerar, aprofundar, facilitar seu desenvolvimento em nosso país.<br />

Chamo a atenção também para o tamanho da pretensão: nós estamos querendo mudar completamente<br />

esse país, pois se você muda a economia do país de capitalista para solidária, é uma transformação<br />

total, não só <strong>na</strong> economia, mas <strong>na</strong> política e <strong>na</strong> cultura. Isso é uma obra de anos, talvez de<br />

décadas e nossas políticas são indispensáveis a meu ver, mas para elas nós precisamos de gente<br />

competente, além de militante e honesta. E nós temos isso no Brasil, nós estamos desenvolvendo<br />

deze<strong>na</strong>s de políticas diferentes <strong>na</strong> área de educação, de fi<strong>na</strong>nças, de comércio. Nós temos encontrado<br />

parceiros competentes. Se não fossem competentes, essas políticas seriam ignoradas, elas<br />

não teriam a importância que têm.<br />

O movimento da <strong>Economia</strong> Solidária e sua ação política aparecem em duas pontas:<br />

<strong>na</strong> ponta inicial, temos uma problemática, e a <strong>Economia</strong> Social tem que resolvê-la, não<br />

importa qual seja – esse é um ponto, precisamos de interlocutores, de quem nos ensine

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!