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Economia Solidára na America Latina SENAES SOLTEC

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A <strong>Economia</strong> Solidária <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>: realidades <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e políticas públicas<br />

dade está apresentando, conforme a expressão organizada do movimento da <strong>Economia</strong><br />

Solidária. Esse é um dos papéis importantes que a <strong>SENAES</strong> deve continuar a cumprir.<br />

Mas, por outro lado, a gente sabe que grande parte do universo que constitui as experiências<br />

de <strong>Economia</strong> Solidária é marcada pela fragmentação, dispersão e baixo grau de organização,<br />

tanto é assim que praticamente dois terços das experiências são de grupos informais.<br />

Então, com a <strong>Economia</strong> Solidária, é preciso pensar estrategicamente processos de organização<br />

ou de auto-organização da sociedade. Isso é o que uma política de <strong>Economia</strong> Solidária<br />

necessita também fazer e isso participa de uma vocação indutiva dessas políticas.<br />

Em boa medida, a gente está se referindo a políticas de organização da sociedade, o que tem caracterizado,<br />

em parte, as políticas da <strong>SENAES</strong>, sobretudo daqueles setores, segmentos e espaços<br />

mais fragilizados e excluídos. Aqui parece residir o que poderíamos considerar como um grande<br />

paradoxo de tais políticas: de um lado, ela contém um alto grau de inovação, mas ao mesmo tempo<br />

ela parece ser portadora de um certo nível de fragilização institucio<strong>na</strong>l..<br />

Conforme salientou Valmor antes, sobre esse último traço, ela é uma política periférica<br />

<strong>na</strong> agenda atual do governo.<br />

Passando agora para o segundo ponto, propomos uma rápida observação sobre a<br />

<strong>Economia</strong> Solidária do ponto de vista do conteúdo. A pergunta é: há uma compreensão<br />

aprofundada do que seja <strong>Economia</strong> Solidária pela <strong>SENAES</strong> Minha resposta é sim. Eu<br />

tinha dito antes por que essa pergunta é pertinente. Voltando rapidamente à história do<br />

oxímoro, isto é, de uma suposta visão que considera contraditória a formulação e prática<br />

da <strong>Economia</strong> Solidária em si mesma. Penso que a fala de Coraggio, antes, ajuda no<br />

esforço crítico aqui. De fato, penso que tal oxímoro é prisioneiro de uma forma muito<br />

específica de compreensão do que é economia. A rigor, me parece que quem diz que<br />

<strong>Economia</strong> Solidária é uma expressão contraditória é porque pensa que quem está propondo<br />

<strong>Economia</strong> Solidária está propondo uma economia de mercado, porém solidário.<br />

De fato, propor uma economia de mercado, porém com pitadas de solidariedade, parece<br />

no mínimo uma formulação ingênua. Contudo, esse não parece ser o intento de<br />

quem trabalha de maneira séria com a <strong>Economia</strong> Solidária.<br />

O propósito não é de construir uma economia de mercado com ingredientes de solidariedade,<br />

mas de construir uma outra economia, com letras maiúsculas. E como a gente pode<br />

construir essa outra economia Que elementos concretos nos permitem pensar uma outra<br />

economia <strong>na</strong> prática E o que, do ponto de vista muito prático, essas políticas públicas de<br />

<strong>Economia</strong> Solidária levadas a cabo pela <strong>SENAES</strong> têm feito ou têm tentado fazer a esse respeito<br />

É isso que nos permite avaliar a coerência entre princípios e práticas.

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