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Economia Solidára na America Latina SENAES SOLTEC

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A <strong>Economia</strong> Solidária <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>: realidades <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e políticas públicas<br />

A respeito do que seja compreensão aprofundada, por favor, retomem <strong>na</strong> memória o<br />

que foi exposto pelo professor Coraggio mais cedo. A minha resposta a se há uma compreensão<br />

aprofundada é que sim. Mas eu quero, de qualquer sorte, lembrar que essa é<br />

uma pergunta pertinente, <strong>na</strong> medida em que o risco de ba<strong>na</strong>lização, de incompreensão<br />

ou de compreensão parcial, limitada ou restrita da <strong>Economia</strong> Solidária não é pequeno,<br />

haja visto o elevado número de atores sobretudo no nível das instâncias públicas de governo<br />

que têm acessado o tema, bem como o seu próprio efeito de moda.<br />

Na defesa de que há, de fato, uma compreensão, vou tentar retomar a discussão<br />

da <strong>Economia</strong> Solidária como um oxímoro, criticando tal formulação (que se supõe<br />

crítica). Na minha leitura, uma tal formulação é frágil, porque não amplia a compreensão<br />

do que é o econômico. A afirmação de uma outra maneira de entender o que<br />

é o econômico é a base para pensar e agir em matéria de economia solidária e, nesse<br />

sentido, a exposição do professor Coraggio me pareceu extremamente feliz. Mas,<br />

afi<strong>na</strong>l de contas, qual é mesmo a linha programática de abordagem da <strong>Economia</strong> Solidária<br />

nessas políticas que permite dizermos que ela tem um conteúdo congruente<br />

com seus princípios, com a ideia de uma outra economia É precisamente esse ponto<br />

que gostaria de sublinhar mais adiante. Por ora, ape<strong>na</strong>s o anuncio.<br />

Como última observação nesta introdução ao comentário, gostaria de dizer que,<br />

diante da delicadeza da tarefa de avaliação de tais políticas pelas razões expostas antes,<br />

tentarei aqui muito menos exercitar uma avaliação e muito mais perguntar sobre o que<br />

aprendemos com essa política. O intuito é crítico no sentido de refazer o problema da<br />

avaliação em pesquisa, em metodologia científica, para racioci<strong>na</strong>rmos em termos de<br />

aprendizagem: o que essa experiência nos ensi<strong>na</strong> Que lições podemos tirar dela E,<br />

sobretudo, quais desafios nos apresentam nesse cenário<br />

Tratar dos desafios que essa experiência nos impõe parece constituir a pedra angular<br />

<strong>na</strong> discussão sobre tais políticas. É precisamente nesse ponto que gostaria de<br />

lançar uma análise mais crítica sobre tais políticas. Minha avaliação crítica aqui é carregada<br />

de cuidado e cautela, pois partimos antes de tudo de um reconhecimento do<br />

esforço e empenho da <strong>SENAES</strong> <strong>na</strong> realização desse trabalho. Acredito que um trabalho<br />

como esse, de oito anos, precisa ser antes de tudo valorizado, aí, depois, a gente<br />

pode trabalhar no nível crítico.<br />

Vamos lá. Vamos ao primeiro ponto, sobre uma reflexão dessas políticas de <strong>Economia</strong><br />

Solidária do ponto de vista da forma. A questão que nos guia nesse primeiro momento é<br />

a seguinte: a política pública de <strong>Economia</strong> Solidária da <strong>SENAES</strong> inova do ponto de vista<br />

do que poderia se chamar de uma radicalização democrática, congruente com princípios<br />

de <strong>Economia</strong> Solidária Eu responderia que sim, se considerarmos o que poderíamos<br />

chamar de uma “dupla dimensão de interação recíproca” que funda a política de <strong>Economia</strong><br />

Solidária. Ou seja, de um lado, a política se baseia numa articulação com a socie-

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