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Economia Solidára na America Latina SENAES SOLTEC

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A <strong>Economia</strong> Solidária <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>: realidades <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e políticas públicas<br />

todos devam seguir. Tal crença contribui com uma espécie de ba<strong>na</strong>lização da ideia de<br />

empreendedorismo, impedindo a percepção de que as soluções exitosas para alguns se<br />

acompanham inexoravelmente do fracasso para muitos ou para a maioria. E aí há uma<br />

espécie de congelamento, uma miopia, uma incapacidade de enxergar que as saídas<br />

para o problema da pobreza não têm condição de ser individuais. O próprio Paul Singer<br />

tem dito isso repetidamente: “Ninguém sai da pobreza sozinho!”<br />

A questão que se coloca é: como conceber estratégias coletivas compatíveis com a<br />

liberdade individual pensadas a partir de ações públicas e políticas nos seus respectivos<br />

territórios Nesse sentido, devemos pensar essas estratégias coletivas de saída do problema<br />

da falta de trabalho repensando e enfatizando o território!<br />

É precisamente nesse aspecto que penso haver maior necessidade de avanço, não simplesmente<br />

em termos da nossa capacidade de formular e de elaborar isso conceitualmente,<br />

mas sobretudo da nossa capacidade de traduzir isso em programas, projetos, ações, enfim,<br />

em uma política. E esse é particularmente um problema de que temos nos ocupado no contexto<br />

da nossa incubadora (ITES / UFBA), daí nossa ênfase sobre a noção de redes locais de<br />

<strong>Economia</strong> Solidária enquanto diretriz estratégica de intervenção em processos de incubação<br />

privilegiando o território enquanto metodologia de trabalho.<br />

Cabe mencio<strong>na</strong>r ainda nessa análise crítica a importância do aspecto jurídico, fundamental<br />

no processo de institucio<strong>na</strong>lização necessária ao avanço da <strong>Economia</strong> Solidária.<br />

Esse elemento guarda relação estreita com um último aspecto que gostaria de<br />

comentar a título de conclusão aqui. Trata-se da dimensão de transição que a proposta<br />

de <strong>Economia</strong> Solidária carrega.<br />

É como se nós devêssemos com esse tema e com essas práticas estarmos repensando<br />

a ideia de mudança social, de transformação mais ampla. A gente talvez tenha aprendido<br />

muito mal o conceito de radicalidade do ponto de vista da transformação social.<br />

Por isso, talvez alguns não enxerguem radicalidade nessa proposta. Entendo que a radicalidade<br />

está precisamente no fato de que a gente está participando de um processo<br />

de transição e essa transição supõe convivência de opostos.<br />

Ou seja, a radicalidade da <strong>Economia</strong> Solidária não está simplesmente <strong>na</strong> ideia de supressão do<br />

mercado, por isso que o conceito de economia mista ou de um sistema de economia plural constitui<br />

um elemento valioso, no nosso entendimento, para o avanço da <strong>Economia</strong> Solidária. Para tanto,<br />

o apoio gover<strong>na</strong>mental revela-se de grande importância.

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