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Economia Solidára na America Latina SENAES SOLTEC

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A política pública da <strong>Economia</strong> Solidária no Brasil<br />

Ge<strong>na</strong>uto França Filho<br />

Muito boa tarde a todos os presentes. Queria inicialmente agradecer o convite de<br />

estar aqui conversando com vocês e aprendendo mais um pouco sobre nossa história.<br />

Essa tarefa de comentador é um tanto quanto delicada por várias razões. Em<br />

primeiro lugar, trata-se de um tema cujas entradas são inúmeras, afi<strong>na</strong>l de contas é<br />

uma experiência de oito anos absolutamente rica e complexa. Além disso, é um tema<br />

difícil de ser comentado pela enorme ansiedade que desperta, <strong>na</strong> medida em que a<br />

política pública de <strong>Economia</strong> Solidária aqui no Brasil, levada a cabo pela <strong>SENAES</strong>,<br />

constitui uma profunda ousadia, conforme foi dito <strong>na</strong>s palavras do professor Paul<br />

Singer, já que é uma política de transformação da sociedade brasileira. Então, se é<br />

uma política muito ousada, todos aqueles que estão de alguma forma lidando com<br />

ela não se contentam com muito pouco e a gente sabe que esse processo de transformação<br />

é lento, gradual, duradouro. Assim, reconhecendo-se que uma transformação<br />

maior supõe também um tempo maior, não devemos nos apressar <strong>na</strong>s nossas interpretações,<br />

avaliações ou análises dessa política. É preciso acima de tudo situá-las no<br />

espaço e no tempo e, assim, admitir que tais políticas são absolutamente recentes.<br />

Por isso que eu estou tentando propor, ‘baia<strong>na</strong>mente’, uma abordagem ‘não ansiosa’<br />

desse tema, uma abordagem ‘desestressada’ acerca das políticas públicas de <strong>Economia</strong><br />

Solidária pela <strong>SENAES</strong>. Isso é difícil, eu sei, porque a ansiedade se justifica. A gente tem<br />

pressa de mudar aquilo que incomoda grande parte da população brasileira e quem<br />

está sofrendo não pode esperar, mas eu estou me referindo ao aspecto mais a<strong>na</strong>lítico.<br />

Nesse nível, a entrada do meu comentário se aproxima em grande medida das preocupações<br />

reveladas <strong>na</strong> exposição de Coraggio mais cedo. Vou partir de uma indagação<br />

que pode ser formulada mais ou menos assim: o conteúdo e a forma das políticas<br />

de <strong>Economia</strong> Solidária levadas a cabo pela <strong>SENAES</strong> no Brasil são congruentes<br />

com os seus princípios Ou seja, com os princípios da <strong>Economia</strong> Solidária Nesse<br />

sentido, meu comentário pretende abordar uma dupla dimensão de tais políticas: a<br />

forma, de um lado, e o conteúdo, do outro. É evidente que <strong>na</strong> prática não se pode separar<br />

essas duas dimensões, por isso meu intento aqui tem um propósito a<strong>na</strong>lítico<br />

-pedagógico. No nível da forma, a gente quer comentar o modo como essa política<br />

tem sido desenvolvida e o que ela traz como inovação, como avanço, como limite e,<br />

sobretudo, como desafio, como aprendizado dessa experiência. No nível do conteúdo,<br />

a gente está tentando se perguntar se há uma compreensão aprofundada do que seja<br />

<strong>Economia</strong> Solidária através dessas políticas.

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