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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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– Foi o que combinamos.<br />

O homem <strong>de</strong> preto olhou em volta, chatea<strong>do</strong>.<br />

– Acho bom você começar a merecer essa refeição, então.<br />

– Não gosto <strong>de</strong> falar enquanto almoço.<br />

Teve <strong>de</strong> aguentar enquanto o sujeito enchia a boca com pedaços <strong>de</strong> carne sangrenta, um <strong>de</strong>pois<br />

<strong>do</strong> outro, e os mastigava <strong>de</strong>vagar, saborean<strong>do</strong>. Tinha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfiar a cara <strong>de</strong>le no prato e<br />

esmagá-la até sufocá-lo.<br />

O homem limpou a boca com a manga da casaca.<br />

– E então?<br />

– Soube que trabalha no Palácio <strong>do</strong> Exército.<br />

O sujeito anuiu.<br />

– Isso mesmo, servente no refeitório.<br />

Mayar perguntou a si mesmo se não estava conversan<strong>do</strong> com alguém <strong>de</strong> nível baixo <strong>de</strong>mais<br />

para ficar a par <strong>de</strong> certas coisas.<br />

– E o que sabe <strong>do</strong>s cavaleiros <strong>do</strong> exército?<br />

– O bastante para levar seus pedi<strong>do</strong>s à mesa. Que comem como porcos e não dão a mínima<br />

para mim.<br />

– O que quero saber é se conhece os que trabalham lá, os cavaleiros resi<strong>de</strong>ntes, que prestam<br />

serviço permanente nesta área. Sabe quem são?<br />

O homem mergulhou o nariz na caneca <strong>de</strong> sidra.<br />

– Levo a comida, não sou o encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> censo, ora essa. De qualquer maneira, creio que<br />

você não tenha uma i<strong>de</strong>ia muito clara <strong>de</strong> como as coisas funcionam lá <strong>de</strong>ntro.<br />

Mayar cruzou os braços, aborreci<strong>do</strong>.<br />

– E como funcionam?<br />

– Acontece que na verda<strong>de</strong> o Exército Unitário não existe. Existem Cavaleiros <strong>de</strong> Dragão<br />

<strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s, que intervêm em caso <strong>de</strong> guerra, mas que não moram fisicamente aqui em Nova<br />

Enawar. Só precisam ficar aqui um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> número <strong>de</strong> dias por ano. E além <strong>do</strong> mais, nesta<br />

época, com a reunião <strong>do</strong> Conselho, o lugar fica cheio <strong>do</strong>s mais varia<strong>do</strong>s cavaleiros e solda<strong>do</strong>s<br />

que escoltam os monarcas. Portanto, meu amigo, dizer quem está prestan<strong>do</strong> serviço permanente<br />

aqui não é propriamente a coisa mais fácil <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

Mayar observou o rosto parvo <strong>do</strong> homem, seus olhos porcinos e o meio sorriso beócio, e sentiu<br />

crescer em si o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> violência. Apertou com os <strong>de</strong><strong>do</strong>s a borda da mesa.<br />

– Vou tentar torná-la bem fácil para você. Estou procuran<strong>do</strong> um rapaz, não sei como se chama.<br />

É um Cavaleiro <strong>de</strong> Dragão e cavalga um animal <strong>de</strong> asas pretas.<br />

O homem enfiou uma unha entre os <strong>de</strong>ntes, procuran<strong>do</strong> tirar um resquício fibroso <strong>de</strong> carne. Em<br />

seguida passou a língua por cima e continuou cala<strong>do</strong>.<br />

Mayar per<strong>de</strong>u a paciência. Foi silencioso e rápi<strong>do</strong>. Sacou o punhal, segurou o sujeito pela<br />

casaca, por baixo da mesa, e espetou sua coxa com a ponta da lâmina. Depois aproximou o<br />

próprio rosto <strong>do</strong> <strong>de</strong>le.

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