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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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sua sala <strong>de</strong> trabalho. Há quanto tempo não chovia na cida<strong>de</strong>? Até quan<strong>do</strong> continuaria aquele calor<br />

sufocante?<br />

– De qualquer maneira, aceitamos a cisão. Continuamos pelo nosso caminho, e os Vigias pelo<br />

<strong>de</strong>les. Mas então... – Fechou os olhos. – Começaram a matar.<br />

<strong>Adhara</strong> ficou pasma.<br />

– Meninos. Garotos com aptidões mágicas fora <strong>do</strong> comum. Os Vigias acreditavam ter<br />

encontra<strong>do</strong> a maneira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar Marvash antes que ele pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>senvolver plenamente as<br />

suas habilida<strong>de</strong>s. E matavam quem, no enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>les, po<strong>de</strong>ria tornar-se o Destrui<strong>do</strong>r.<br />

<strong>Adhara</strong> estremeceu, arregalan<strong>do</strong> os olhos. E ela? O que ela tinha a ver com tu<strong>do</strong> aquilo?<br />

– O rei Learco man<strong>do</strong>u prendê-los e <strong>de</strong>clarou a seita <strong>de</strong>les ilegal. Foram escorraça<strong>do</strong>s <strong>de</strong>zoito<br />

anos atrás. E <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então nunca mais voltaram.<br />

Um pesa<strong>do</strong> silêncio tomou conta da pequena sala.<br />

– E eu? – murmurou <strong>Adhara</strong>.<br />

– Não sei – disse, com um sorriso triste, Theana. – Está usan<strong>do</strong> o punhal ritual <strong>de</strong>les, sinal <strong>de</strong><br />

que continuam existin<strong>do</strong>. No outro dia, nada encontrei na sua mente. Só as lembranças <strong>do</strong> que lhe<br />

aconteceu <strong>de</strong>pois que acor<strong>do</strong>u no grama<strong>do</strong>. Mas vi algo terrível antes daquele momento. Dor,<br />

uma <strong>do</strong>r insuportável.<br />

<strong>Adhara</strong> sentiu a cabeça rodar. Uma reminiscência extremamente vaga. Pedras cobertas <strong>de</strong><br />

bolor. Uma passagem estreita. E <strong>do</strong>r... Mas foi coisa <strong>de</strong> um momento, quase imediatamente<br />

atropelada e vencida pela realida<strong>de</strong>.<br />

– Procuravam Sheireen. Mesmo quan<strong>do</strong> matavam os supostos Marvash, continuavam à procura<br />

<strong>de</strong>la. Você po<strong>de</strong>ria ser um <strong>de</strong>les, ou quem sabe... Não sei, <strong>Adhara</strong>, francamente não sei.<br />

Ficou <strong>de</strong> pé e foi até a janela.<br />

– Percebo uma força em você, mas não consigo enten<strong>de</strong>r a sua natureza. E estou com me<strong>do</strong>.<br />

Porque, sim, é verda<strong>de</strong>, os Vigias eram uns loucos, mas e se estivessem certos? E se a hora já<br />

estivesse próxima?<br />

Virou-se <strong>de</strong> chofre, e <strong>Adhara</strong> reparou em seus olhos uma luz <strong>de</strong>svairada que a assustou.<br />

– Quem está trazen<strong>do</strong> a <strong>do</strong>ença são os elfos, está me enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>? Não contamos a ninguém,<br />

mas são eles. A peste e os Vigias que voltam <strong>do</strong> esquecimento no qual esperávamos tê-los<br />

bani<strong>do</strong>... E se Sheireen e Marvash estivessem realmente prestes a se confrontarem?<br />

A pergunta ficou pairan<strong>do</strong> no ar.<br />

– Mas a senhora não sabe quem sou nem <strong>de</strong> on<strong>de</strong> venho...<br />

Theana pareceu voltar à realida<strong>de</strong>.<br />

– Isso mesmo, não sei – disse, voltan<strong>do</strong> a sentar-se. – Man<strong>de</strong>i espioná-la para ver se conseguia<br />

<strong>de</strong>scobrir. Se você fosse um Vigia, talvez pu<strong>de</strong>sse respon<strong>de</strong>r às nossas perguntas, e se <strong>de</strong> algum<br />

mo<strong>do</strong> você fosse refém <strong>de</strong>les...<br />

Não concluiu a frase.<br />

– O que querem <strong>de</strong> mim, afinal? – perguntou <strong>Adhara</strong>, com um toque <strong>de</strong> rebeldia.<br />

O Ministro Oficiante encarou o seu olhar <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>r e sorriu.

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