Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
princesa, é uma questão <strong>de</strong> vida ou morte.<br />
O guarda ficou por alguns momentos sem saber o que fazer, <strong>de</strong>pois baixou a arma.<br />
– Vamos logo, vou acompanhá-la.<br />
A corte não ocupava mais que <strong>de</strong>z aposentos <strong>do</strong> Palácio <strong>do</strong> Conselho, vigia<strong>do</strong>s por um número<br />
insuficiente <strong>de</strong> solda<strong>do</strong>s. A maioria <strong>de</strong>les, obviamente, <strong>de</strong>via ter si<strong>do</strong> <strong>de</strong>slocada para as zonas<br />
afetadas pela <strong>do</strong>ença.<br />
Não tiveram que andar muito. O guarda parou diante <strong>de</strong> uma porta anônima.<br />
– O quarto da princesa é este – disse.<br />
<strong>Adhara</strong> engoliu em seco. De repente ficou com me<strong>do</strong> <strong>de</strong> encontrar novamente Amina. Qual<br />
seria a reação da menina? Iria novamente confiar nela? E como estava?<br />
Apoiou a mão na maçaneta e, sem nem mesmo bater, abriu. Lá estava ela, vestin<strong>do</strong> roupas que<br />
antigamente nem pensaria em usar, as <strong>de</strong> que tanto gostava a mãe, <strong>de</strong> cabeça apoiada na sacada<br />
da janela. A luz <strong>do</strong> entar<strong>de</strong>cer jogava reflexos <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>s no seu rosto.<br />
Mal chegou a levantar a cabeça quan<strong>do</strong> ouviu a porta que se abria.<br />
Entreolharam-se, e <strong>Adhara</strong> ficou abalada diante <strong>do</strong> nada que leu nos olhos da outra.<br />
Mas só levou uns instantes para aqueles olhos se acen<strong>de</strong>rem <strong>de</strong> um ódio profun<strong>do</strong>.<br />
– O que está fazen<strong>do</strong> aqui?<br />
<strong>Adhara</strong> fechou a porta atrás <strong>de</strong> si.<br />
– Não se atreva a entrar neste quarto! – gritou a mocinha.<br />
– Deixe-me explicar...<br />
Amina ficou <strong>de</strong> pé.<br />
– Explicar? Achou mesmo que aquela cartinha idiota que escreveu seria suficiente? Pensou que<br />
podia realmente ir embora daquele jeito, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-me sozinha enquanto os meus avós morriam e<br />
esta porcaria <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> ia para o beleléu? Você era minha amiga, e me traiu!<br />
<strong>Adhara</strong> gostaria <strong>de</strong> sentir-se mortalmente ferida por aquelas palavras, mas não foi nada disso.<br />
Encontrava intata, nelas, a força <strong>de</strong> Amina, aquela disposição que acreditava, a esta altura,<br />
apagada. Pois logo que a vira não a reconhecera naquela atitu<strong>de</strong> passiva, no vazio <strong>do</strong> seu olhar.<br />
Aproximou-se e simplesmente abraçou-a, sem dar-lhe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escapulir.<br />
– Solte-me, solte-me, o<strong>de</strong>io você! – gritou ela, enquanto tentava <strong>de</strong>svencilhar-se. Mas os gritos<br />
logo se transformaram em pranto, e Amina acabou apertan<strong>do</strong> os braços em torno <strong>do</strong> pescoço <strong>de</strong><br />
<strong>Adhara</strong>. Sentira a sua falta, uma ausência terrível naqueles longos dias <strong>de</strong> horror.<br />
– Per<strong>do</strong>e-me – murmurou <strong>Adhara</strong>.<br />
– O<strong>de</strong>io você – repetiu Amina, soluçan<strong>do</strong>.<br />
Não houve tempo para explicações.<br />
– Recebeu a minha mensagem?<br />
– A carta?<br />
– Não, a mensagem mágica que lhe enviei.<br />
Amina ficou perplexa. Sacudiu a cabeça.