Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
cansa<strong>do</strong>.<br />
– Descobriu alguma coisa? – perguntou Mira.<br />
– Nada, mestre, absolutamente nada. Fiz como o senhor man<strong>do</strong>u, procurei ser discreto.<br />
Ninguém sabe <strong>de</strong> nada. Não há escravas que conseguiram fugir, nem qualquer tipo <strong>de</strong> rapto. Só<br />
outros crimes prosperam por aqui, atualmente. E o senhor?<br />
Mira espreguiçou-se, então contou o resulta<strong>do</strong> das pesquisas.<br />
Amhal pareceu alivia<strong>do</strong>.<br />
– Acho muito bom!<br />
<strong>Adhara</strong> reanimou-se com o entusiasmo <strong>de</strong>le. Estava tão cansada que não percebera ter<br />
acrescenta<strong>do</strong> uma peça ao mosaico <strong>do</strong> seu passa<strong>do</strong>.<br />
– É um bom ponto <strong>de</strong> partida – reconheceu Mira. – Mas por que ela tem o punhal? Pertence à<br />
seita <strong>do</strong>s Vigias, sejam eles quem forem? Ou foi raptada por eles?<br />
– Precisamos investigar mais – disse Amhal.<br />
Mira fitou-o <strong>de</strong> soslaio.<br />
– Amanhã voltamos para casa.<br />
Essa frase lapidar esfriou a conversa. <strong>Adhara</strong> sentiu-se tomar pelo <strong>de</strong>sânimo.<br />
– Mas... não po<strong>de</strong>mos parar – protestou Amhal. – Logo agora que conseguimos alguma coisa.<br />
– Sim, claro. Ela não po<strong>de</strong> parar. Mas nós temos <strong>de</strong> pensar nos nossos compromissos.<br />
<strong>Adhara</strong> vagueava com o olhar <strong>de</strong> um para o outro. Tinha aprendi<strong>do</strong> a prezar aquele homem, ao<br />
longo <strong>do</strong> dia que ele passara com ela. O que havia si<strong>do</strong>, afinal? Uma espécie <strong>de</strong> cruel<br />
brinca<strong>de</strong>ira?<br />
– Por que a ajudamos, então?<br />
– Porque tínhamos a oportunida<strong>de</strong>. Mas também temos <strong>de</strong>veres.<br />
Amhal apoiou-se no encosto da ca<strong>de</strong>ira. Não sabia mais como argumentar.<br />
Mira virou-se para <strong>Adhara</strong>.<br />
– Já viu o que tem <strong>de</strong> fazer, não viu? Amanhã po<strong>de</strong> voltar à biblioteca e procurar nos livros<br />
que ainda não consultamos.<br />
Ela fitava-o <strong>de</strong>snorteada. Teria então <strong>de</strong> ficar naquela cida<strong>de</strong>? E on<strong>de</strong> moraria? On<strong>de</strong> iria<br />
arrumar o dinheiro para sobreviver?<br />
– Quer dizer que está tu<strong>do</strong> acaba<strong>do</strong>? – murmurou.<br />
Amhal ia falar alguma coisa, mas Mira adiantou-se:<br />
– Não estou dizen<strong>do</strong> isso.<br />
<strong>Adhara</strong> mor<strong>de</strong>u o lábio.<br />
– Já se passou bastante tempo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que acor<strong>de</strong>i naquele grama<strong>do</strong>, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então a situação<br />
não melhorou nem um pouco. Lembrei o que é uma colher e como usá-la, lembrei como arrombar<br />
uma fechadura e que o nome élfico <strong>de</strong> Thenaar é Shevrar. Mas nada sei <strong>de</strong> mim, <strong>do</strong> meu rosto,<br />
daquilo que sou. E agora que vislumbro uma pequena luz, uma pista...<br />
Mergulhou a colher na sopa.