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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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elatórios que diariamente os irmãos <strong>do</strong>s templos distantes enviavam, recorren<strong>do</strong> à magia. Muito<br />

poucas daquelas anotações chegavam às suas mãos, entretanto. A maioria era lida pelos irmãos<br />

encarrega<strong>do</strong>s da organização <strong>do</strong> culto nas várias terras, para acabar quase sempre no<br />

esquecimento <strong>de</strong> poeirentos arquivos. Aquela mensagem, no entanto, havia chega<strong>do</strong> até ela.<br />

“Ao Ministro Oficiante”, estava en<strong>de</strong>reçada.<br />

Theana revirou-a entre as mãos. Só umas poucas linhas. Por que fora enviada diretamente a<br />

ela?<br />

Leu. Frases concisas, escritas <strong>de</strong>pressa, com uma grafia trêmula e infantil. Precisou ler duas<br />

vezes.<br />

A porta se abriu e a jovem <strong>de</strong> pouco antes voltou a aparecer. Pega <strong>de</strong> surpresa, Theana<br />

sobressaltou-se.<br />

– Queira <strong>de</strong>sculpar o incômo<strong>do</strong>, minha senhora – disse a irmã, baixan<strong>do</strong> a cabeça.<br />

– Não está incomodan<strong>do</strong>, Dália, não precisa se <strong>de</strong>sculpar... Só estava perdida em meus<br />

pensamentos. Po<strong>de</strong> falar.<br />

– Minha senhora, uma pessoa quer lhe falar.<br />

Theana massageou a base <strong>do</strong> nariz.<br />

– Não é o momento. Estou cansada e...<br />

– Minha senhora, é a rainha – explicou a jovem, com uma mesura.<br />

Theana não escon<strong>de</strong>u uma reação <strong>de</strong> pasmo. Dubhe não gostava <strong>de</strong> aparecer no templo. Quem<br />

sabe fosse <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sombria lembrança <strong>do</strong>s tempos da seita, quan<strong>do</strong> Thenaar não passava <strong>de</strong> uma<br />

divinda<strong>de</strong> terrível que se alimentava <strong>de</strong> sangue humano, ou talvez fosse porque ela não queria<br />

acreditar em <strong>de</strong>us nenhum. De alguma maneira, qualquer que fosse o motivo, preferia manter-se<br />

longe daquele lugar. Todas as vezes que as duas haviam se encontra<strong>do</strong> fora longe dali, quase<br />

sempre no palácio, na ocasião <strong>de</strong> alguma cerimônia importante. Nunca tinham para<strong>do</strong> <strong>de</strong> se<br />

frequentarem, bem cientes <strong>do</strong> vínculo que as aproximara quan<strong>do</strong> juntaram suas forças na luta<br />

contra Dohor, mas com o passar <strong>do</strong> tempo estes encontros se tornaram mais raros. Afinal <strong>de</strong><br />

contas, Theana passava a maior parte da sua vida no templo. O apreço, a amiza<strong>de</strong> e o afeto que<br />

sentiam uma pela outra, entretanto, não haviam esmoreci<strong>do</strong>.<br />

– Então man<strong>de</strong>-a entrar! – apressou-se a dizer.<br />

Dália acenou com a cabeça e saiu.<br />

Theana guar<strong>do</strong>u a mensagem na mesa, sob uma pilha <strong>de</strong> papéis. Ficou imaginan<strong>do</strong> se era<br />

oportuno falar a respeito daquilo com Dubhe.<br />

Melhor <strong>de</strong>scobrir, antes, o que tem a me dizer, <strong>de</strong>cidiu. Tentou lembrar a última vez que<br />

haviam se encontra<strong>do</strong>. Não conseguia recordar com clareza. Mais ou menos um ano antes?<br />

Quan<strong>do</strong> a rainha mandara chamá-la <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma repentina piora das condições <strong>do</strong> príncipe<br />

Neor? Consi<strong>de</strong>rou que quase to<strong>do</strong>s os encontros <strong>de</strong>las, após a morte <strong>de</strong> Lonerin, haviam si<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

algum mo<strong>do</strong> impostos pelo cerimonial ou pela necessida<strong>de</strong>. Sabe-se lá que motivo a amiga<br />

aduziria, agora, para justificar a visita.<br />

Dubhe estava vestin<strong>do</strong> os seus antigos trajes <strong>de</strong> ladra; nunca <strong>de</strong>ixara <strong>de</strong> sentir-se plenamente à<br />

vonta<strong>de</strong> usan<strong>do</strong> calça e casaco <strong>de</strong> couro, e quan<strong>do</strong> precisava viajar pelo Mun<strong>do</strong> Emerso – coisa<br />

bastante comum, aliás – gostava <strong>de</strong> envolver-se na velha capa, a mesma com que muitos anos

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