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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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– Não sei o que você é, os meus irmãos sempre me disseram que as criaturas não são pessoas.<br />

Mas será que realmente importa o lugar <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio, o que você é, uma pessoa, um experimento<br />

ou uma coisa? Você é Sheireen, e eu tive sucesso, dá-se conta disto? Criei a Consagrada!<br />

<strong>Adhara</strong> fitou-o com <strong>de</strong>sprezo.<br />

– Você está louco...<br />

– Você se lembra <strong>de</strong> mim, sei disto, e então não po<strong>de</strong> negar a verda<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong> refutar o que<br />

estou dizen<strong>do</strong>, Chandra.<br />

– Não me chame assim!<br />

Sua garganta queimava. Não conseguia mais gritar. Deixou-se escorregar no chão. Olhou as<br />

próprias mãos. De quem eram aquelas mãos, antes que Adrass as trouxesse <strong>de</strong> volta à vida? O<br />

que haviam feito, enquanto pertenciam a outrem? Quem tinha si<strong>do</strong> ela, numa outra vida?<br />

– Não se lembra <strong>de</strong> nada porque não há nada a lembrar – continuou Adrass – a não ser o breve<br />

perío<strong>do</strong> que passamos juntos quan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>spertei, quan<strong>do</strong> a criei com a minha magia. E o dia em<br />

que tu<strong>do</strong> acabou.<br />

Quan<strong>do</strong> San chegou, não sabiam quem era. Ele simplesmente entrou trazen<strong>do</strong> consigo a morte.<br />

Matou to<strong>do</strong>s os que se meteram em seu caminho e exterminou as criaturas. Todas. A não ser uma:<br />

Chandra.<br />

– Fugimos por um túnel secreto. Pedi que esperasse por mim.<br />

Voltarei, virei buscá-la. <strong>Adhara</strong> se lembrava.<br />

– Mas <strong>de</strong>pois não consegui voltar. Salvei minha vida fingin<strong>do</strong>-me <strong>de</strong> morto, e na verda<strong>de</strong> faltou<br />

muito pouco para eu morrer mesmo. Arrastar-me fora <strong>de</strong> lá, pedir ajuda... – Levou as mãos ao<br />

rosto. – Toda uma série <strong>de</strong> peripécias que não vale a pena contar. O resto é uma triste história.<br />

Fitou-a com olhos cintilantes.<br />

– Procurei por você por toda parte. Desesperadamente. E, enquanto isto, eu investigava. E<br />

compreendi quem era aquele homem. Marvash. San é Marvash.<br />

<strong>Adhara</strong> sabia disto. Sentia.<br />

Você é a Consagrada, é por isto que sabia.<br />

Meneou a cabeça. Não, não podia ser. Era tu<strong>do</strong> mentira. Ela não era coisíssima nenhuma.<br />

– Mas só hoje compreendi a verda<strong>de</strong>. São <strong>do</strong>is, Chandra. San e Amhal. Viu como lutam, não<br />

viu? São <strong>do</strong>is Destrui<strong>do</strong>res.<br />

O rosto <strong>do</strong> homem estava apavora<strong>do</strong>, mas nada compara<strong>do</strong> com o gelo que invadira o corpo <strong>de</strong><br />

<strong>Adhara</strong>.<br />

– Eu... não...<br />

– Terá <strong>de</strong> enfrentar <strong>do</strong>is Destrui<strong>do</strong>res. Terá <strong>de</strong> matar seja Amhal, seja San.<br />

O mun<strong>do</strong> ro<strong>do</strong>u em volta <strong>de</strong>la. Tu<strong>do</strong> pareceu dissolver-se naquelas palavras, lúcidas, terríveis<br />

e ao mesmo tempo insanas. Combater. Matar.<br />

– Eu e Amhal somos amigos, ele salvou a minha vida... Eu o amo...<br />

Adrass tapou a boca <strong>de</strong>la com a mão.<br />

– Não diga blasfêmias! Ele é o inimigo, é o mal contra o qual tem <strong>de</strong> lutar.

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