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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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– O palácio está cheio <strong>de</strong> magos. Alguém vai enten<strong>de</strong>r.<br />

– Mas se a pessoa não se <strong>de</strong>r conta da magia, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um dia a mensagem acabará sen<strong>do</strong><br />

perdida...<br />

– É a minha única esperança – admitiu <strong>Adhara</strong>.<br />

– Vamos fazer isto na hora <strong>do</strong> almoço. Levarei o necessário.<br />

– Obrigada – disse ela, com os olhos cheios <strong>de</strong> gratidão. – Ainda nem sei como se chama...<br />

O jovem sorriu.<br />

– Lewar.<br />

– Obrigada, Lewar – repetiu. Quan<strong>do</strong> ele se levantou, segurou-o pela manga. – Também<br />

preciso <strong>de</strong> um dragão.<br />

A mensagem foi enviada.<br />

“Amhal está em perigo. Está chegan<strong>do</strong> a Nova Enawar para libertar San. Conte ao seu pai.<br />

Detenham-no, mas, por favor, não lhe façam mal.”<br />

Enquanto Lewar recitava as fórmulas e escrevia a mensagem no pergaminho, <strong>Adhara</strong> dava-se<br />

conta <strong>de</strong> quão tênue era a esperança <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> aquilo realmente dar certo. E se Amina não<br />

enten<strong>de</strong>sse que se tratava <strong>de</strong> uma mensagem mágica? E podia <strong>de</strong> fato confiar em Neor? Pareceralhe<br />

uma boa pessoa, mas na verda<strong>de</strong> não o conhecia. O que acontecera, enquanto isso, na corte?<br />

Até que ponto as coisas haviam muda<strong>do</strong>?<br />

Depois <strong>de</strong> o fogo consumir o pergaminho, achou melhor parar <strong>de</strong> pensar no assunto. Estava<br />

feito, e não havia mais nada que ela pu<strong>de</strong>sse tentar.<br />

Muito mais complica<strong>do</strong> foi encontrar uma carona para a Gran<strong>de</strong> Terra. Havia um cavaleiro que<br />

ia partir naquela mesma tar<strong>de</strong> para Nova Enawar, mas como convencê-lo a levá-la junto? E além<br />

<strong>do</strong> mais havia a quarentena, seria difícil entrar na cida<strong>de</strong>... <strong>Adhara</strong> achou que sua cabeça ia<br />

estourar. Teve <strong>de</strong> recorrer a toda a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> persuasão.<br />

– Você me atrasaria e, <strong>de</strong> qualquer maneira, não costumo levar passageiros – disse Taq, o<br />

cavaleiro.<br />

– Po<strong>de</strong>ria até <strong>de</strong>ixar-me nos arre<strong>do</strong>res da cida<strong>de</strong>.<br />

– Nem precisava dizer. Só mesmo com uma permissão especial você po<strong>de</strong>ria entrar.<br />

– Posso... pagar – disse, afinal.<br />

Juntara um pequeno pé-<strong>de</strong>-meia durante aqueles meses, graças ao or<strong>de</strong>na<strong>do</strong> que recebia no<br />

palácio. Nunca gastara um tostão, pois não precisava. Levara o dinheirinho consigo quan<strong>do</strong><br />

partira, e até agora só gastara uma ninharia. Entregou tu<strong>do</strong> nas mãos <strong>do</strong> cavaleiro.<br />

– É seu, se me levar.<br />

Taq olhou para ela.<br />

– Você <strong>de</strong>ve ter realmente um bom motivo para ir a Nova Enawar.<br />

– Preciso salvar a vida <strong>de</strong> uma pessoa – disse ela, quase sem fôlego.<br />

E partiu naquela mesma tar<strong>de</strong>. Segurou-se com firmeza na sela e fechou os olhos, enquanto<br />

levantavam voo para fugir daquele inferno. Nos dias que passara em Damilar, sonhara muitas<br />

vezes com o momento em que po<strong>de</strong>ria finalmente ir embora. Imaginara algo bastante diferente.

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