Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
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– Não. Há muito poucos elementos em que me basear. Disponho apenas das palavras <strong>de</strong> um<br />
<strong>do</strong>s meus homens, que só me retransmitiu o que o companheiro viu. Como posso ter certeza <strong>de</strong><br />
que aquele pessoal realmente morreu <strong>de</strong> uma <strong>do</strong>ença? Mesmo assim, precisamos ser muito<br />
cuida<strong>do</strong>sos na investigação. Se eu enviar mais <strong>do</strong>is homens para controlar, e porventura eles<br />
pegarem uma <strong>do</strong>ença nova e <strong>de</strong>sconhecida, ao voltarem eles po<strong>de</strong>m contagiar os outros.<br />
Neor sorriu.<br />
– Fale a verda<strong>de</strong>, só veio aqui para que eu lhe confirme as suas próprias suposições ou, pior<br />
ainda, para fazer alar<strong>de</strong> da sua lógica.<br />
Dubhe também sorriu, mas voltou logo a ficar séria.<br />
– Eu não confio somente no raciocínio. Algo me diz que há alguma coisa muito feia por trás<br />
disto. E além <strong>do</strong> mais não havia sequer um único cadáver <strong>de</strong> ninfa. Po<strong>de</strong> ser apenas uma<br />
coincidência, mas e se não for? Se nos encontrássemos <strong>de</strong> frente a uma recru<strong>de</strong>scência <strong>do</strong><br />
conflito entre os <strong>do</strong>is povos? Deixei Khan <strong>de</strong> quarentena e man<strong>de</strong>i Josar ir a um sacer<strong>do</strong>te. Mas e<br />
agora? Qual acha que é a melhor coisa a fazer?<br />
– Como você mesma disse, precisamos esclarecer os fatos – respon<strong>de</strong>u Neor. – E se<br />
estivermos mesmo diante <strong>de</strong> uma nova <strong>do</strong>ença, também precisaremos recorrer a um sacer<strong>do</strong>te.<br />
Estou pensan<strong>do</strong> num, em particular, muito competente. – Lançou para a mãe um olhar<br />
significativo.<br />
– Espero que não esteja pensan<strong>do</strong> em incomodar uma pessoa tão importante por um assunto que<br />
po<strong>de</strong>ria revelar-se sem fundamento – objetou Dubhe.<br />
– Aprendi a confiar no seu instinto. E além <strong>do</strong> mais, ele não terá <strong>de</strong> ir até lá pessoalmente. É só<br />
mandar alguns <strong>do</strong>s Irmãos <strong>do</strong> Raio. Ele <strong>de</strong>ve saber como protegê-los <strong>de</strong> eventuais perigos, não<br />
acha? Muito melhor, pelo menos, <strong>do</strong> que nós mesmos po<strong>de</strong>ríamos fazer.<br />
– E <strong>de</strong>pois?<br />
– Depois falarei com meu pai. Daqui a um mês teremos o novo Conselho. Será oportuno<br />
transmitir a notícia aos soberanos da Terra da Água, para que possam tomar as medidas<br />
necessárias contra a difusão da eventual <strong>do</strong>ença. Enquanto isto, no entanto, continue investigan<strong>do</strong>,<br />
principalmente a respeito <strong>do</strong> relacionamento entre ninfas e humanos. É a melhor pista que temos,<br />
e a mais perturba<strong>do</strong>ra.<br />
Neor encostou-se no espaldar <strong>do</strong> assento. Dubhe apoiou <strong>de</strong> leve a mão numa das suas pernas.<br />
Era sempre bastante comedida nas suas manifestações <strong>de</strong> carinho; não era <strong>de</strong>sse jeito que<br />
<strong>de</strong>monstrava o amor pelo filho. O relacionamento entre os <strong>do</strong>is era quase <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong> <strong>de</strong> contato<br />
físico, pois ambos preferiam outros meios para <strong>de</strong>monstrar seus sentimentos. Mais uma vez<br />
pensou em quão pareci<strong>do</strong>s Neor e ela eram.<br />
– Satisfeita? – disse ele.<br />
Ela tirou a mão.<br />
– Satisfeita. – Levantou-se para ir embora. – E Amina, como vai ela? – acrescentou.<br />
Os olhos <strong>de</strong> Neor mal <strong>de</strong>ixaram transparecer uma leve sombra <strong>de</strong> preocupação.<br />
– Como sempre. Irrequieta, rebel<strong>de</strong> e, receio, infeliz. – Passou a mão no rosto. – Eu também<br />
era tão complica<strong>do</strong> assim, quan<strong>do</strong> menino?<br />
– Somos to<strong>do</strong>s diferentes uns <strong>do</strong>s outros, Neor. A sua filha... talvez seja como eu – suspirou