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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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próprias palavras.<br />

<strong>Adhara</strong> tomou fôlego e <strong>de</strong>pois começou a falar com voz trêmula. Estava agitada. Contou <strong>do</strong><br />

grama<strong>do</strong>, da sensação <strong>de</strong> vazio, da sua memória <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> qualquer lembrança. Theana<br />

parou <strong>de</strong> prestar atenção quase imediatamente. A história não tinha importância. O que contava,<br />

na verda<strong>de</strong>, era a corrente que sentia vir <strong>de</strong>la, a aura enigmática que a cercava. Apertou os olhos,<br />

concentrou-se. Havia selos mágicos nela. Alguém usara a magia, quase certamente Fórmulas<br />

Proibidas, mas tinha agi<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira estranha. Não conseguia enten<strong>de</strong>r qual era o feitiço. De<br />

qualquer forma, sob toda aquela espécie <strong>de</strong> aura maligna que a cercava, havia alguma coisa pura,<br />

algo sagra<strong>do</strong> e po<strong>de</strong>roso.<br />

– Conhece a magia?<br />

<strong>Adhara</strong> ficou boquiaberta. De repente, o Ministro Oficiante <strong>de</strong>cidira interrompê-la:<br />

– Não sei, mas acho que sim. Percebo-a e sei reconhecê-la, mas nunca a usei.<br />

– Aproxime-se.<br />

A jovem levantou-se e ficou diante <strong>de</strong>la, <strong>de</strong> pé. Theana apertou seu pulso. Foi como ser<br />

atravessada por uma forte corrente. Sentiu-se envolvida e atropelada por ela. Percebia uma<br />

imensa paz, uma maravilhosa sensação <strong>de</strong> contentamento. Mas havia alguma coisa terrível e falsa<br />

naquela satisfação. Só com alguma dificulda<strong>de</strong> conseguiu largar a pele da jovem. Recostou-se no<br />

assento, esgotada.<br />

– A senhora está bem? – perguntou <strong>Adhara</strong>, um tanto aflita.<br />

Meu Deus, o que é esta moça?<br />

– Estou, sim... estou bem.<br />

Apertou novamente os olhos, várias vezes, procuran<strong>do</strong> readquirir a luci<strong>de</strong>z, e em seguida fitoua.<br />

– Você sofreu numerosos feitiços – disse. – Marcaram-na com po<strong>de</strong>rosos selos, encantamentos<br />

que só po<strong>de</strong>m ser quebra<strong>do</strong>s por quem os criou ou por magos extraordinariamente capazes. Não<br />

sei dizer, no entanto, qual é o tipo <strong>de</strong> feitiço.<br />

<strong>Adhara</strong> anuiu:<br />

– Foi o que disse um coirmão seu que me examinou na Terra da Água. A senhora acha que<br />

foram estes... selos os responsáveis pela minha perda da memória?<br />

Theana meneou a cabeça.<br />

– Não sei.<br />

Pensou se era oportuno falar-lhe das estranhas sensações que suscitava nela. Achou melhor não<br />

tocar no assunto. Sempre tivera a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber a força mágica com extrema precisão,<br />

mas o seu <strong>do</strong>m não passava disso. Não era capaz <strong>de</strong> explicar aquela força, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

vinha ou para on<strong>de</strong> levava, nem mesmo compreen<strong>de</strong>r o seu senti<strong>do</strong>. Como maga, era só até ali<br />

que os seus po<strong>de</strong>res chegavam. Em <strong>Adhara</strong> havia alguma coisa estranha, uma força mágica,<br />

po<strong>de</strong>rosa e perturba<strong>do</strong>ra, mas ela não conseguia dizer <strong>do</strong> que se tratava.<br />

– E a senhora acha que po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>scobrir o que houve com as minhas lembranças, acredita que<br />

po<strong>de</strong>rei tê-las <strong>de</strong> volta?<br />

Na voz da jovem aparecera um claro toque <strong>de</strong> esperança.

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