Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
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San, além <strong>do</strong> mais, pelo qual no passa<strong>do</strong> já chegara a sentir alguma <strong>de</strong>sconfiança.<br />
– Eu...<br />
– Vou ser franco – disse San, chegan<strong>do</strong>-se a ele. – Sei que é fácil ficar aqui choran<strong>do</strong> as<br />
próprias mágoas. Há algo que consola nisto, não é verda<strong>de</strong>?<br />
Amhal sentiu vergonha <strong>de</strong> si mesmo. Era a pura verda<strong>de</strong>. Começava a acostumar-se com a <strong>do</strong>r,<br />
a consi<strong>de</strong>rá-la amiga, quase a gostar <strong>de</strong>la.<br />
– Mas tu<strong>do</strong> tem limite, não po<strong>de</strong> durar para sempre. Há um mun<strong>do</strong> lá fora, um mun<strong>do</strong> à sua<br />
espera, mas que seguirá em frente se você continuar tranca<strong>do</strong> aqui <strong>de</strong>ntro. Eu nunca conseguirei<br />
substituí-lo, e não é este o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> meu pedi<strong>do</strong>. Só quero estar ao seu la<strong>do</strong> neste momento,<br />
para ajudá-lo a sair <strong>de</strong> si mesmo.<br />
Amhal olhou as próprias mãos, que não parava <strong>de</strong> apertar. Sair dali.<br />
E continuar a crescer, apren<strong>de</strong>r novas coisas...<br />
Era exatamente o que <strong>Adhara</strong> lhe dissera na noite anterior. Mesmo assim não lhe parecera tão<br />
convincente quanto San agora. Pensou no espadão <strong>de</strong> <strong>do</strong>is gumes, nos longos treinamentos com<br />
ele.<br />
Levantou os olhos.<br />
– Quero mudar <strong>de</strong> ares, no entanto – disse com um olhar <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong>.<br />
O rosto <strong>de</strong> San iluminou-se num sorriso <strong>de</strong> soslaio.<br />
– Tu<strong>do</strong> que você quiser.<br />
San curvou-se profundamente diante <strong>do</strong> trono <strong>de</strong> Learco. Neor, naquele dia, não estava. Melhor<br />
assim. Não tinha especial simpatia por ele. Costumava fitá-lo com um olhar enviesa<strong>do</strong> que não o<br />
<strong>de</strong>ixava à vonta<strong>de</strong>. Era um sujeito esperto, até <strong>de</strong>mais, percebera isso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo.<br />
– Não precisa ser tão formal.<br />
San sorriu consigo mesmo. Com o rei, por sua vez, tu<strong>do</strong> era mais fácil. Learco o amava,<br />
acreditava nele. Levantou-se.<br />
– Meu senhor, gostaria <strong>de</strong> vos pedir um favor.<br />
– San, por que não voltamos a nos chamar <strong>de</strong> você como antigamente? Se bem me lembro, não<br />
me tratava <strong>de</strong> vós quan<strong>do</strong> chegou ao palácio.<br />
– Não era um cavaleiro naquela época, meu senhor, e não estava diante <strong>do</strong> seu trono para pedir<br />
um favor.<br />
O monarca sorriu com ternura.<br />
– Que seja, então.<br />
– Peço-vos permissão para <strong>de</strong>ixar Makrat e ir patrulhar as áreas infectas.<br />
Learco empali<strong>de</strong>ceu.<br />
– Qual é a razão <strong>de</strong> um pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>sses?<br />
– Quem sugeriu foi o meu aprendiz – respon<strong>de</strong>u San. E <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma breve pausa acrescentou:<br />
– Acredito que já seja <strong>do</strong> vosso conhecimento que Amhal, o discípulo <strong>de</strong> Mira, tornou-se meu<br />
aluno.<br />
Learco anuiu com gravida<strong>de</strong>: