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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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– Não sei se quero seguir este caminho. Fiquei com me<strong>do</strong> daquilo que fiz.<br />

– O que quer dizer com isso?<br />

– Que talvez seja melhor parar <strong>de</strong> treinarmos juntos.<br />

O silêncio que se seguiu pesava como chumbo.<br />

– Já o forcei a fazer alguma coisa?<br />

– Não, não é isso...<br />

– Já o obriguei a fazer algo que não queria, algo que você mesmo já não <strong>de</strong>sejava fazer?<br />

– Não, mas...<br />

– Não se sentiu sereno, nesses dias, em paz?<br />

– É justamente <strong>de</strong>sta paz que tenho me<strong>do</strong>.<br />

San fitou-o diretamente, e Amhal receou a frieza nos seus olhos. Vislumbrou neles falta <strong>de</strong><br />

pieda<strong>de</strong> e fúria, a mesma fúria que apertava as suas entranhas. Mas só foi um momento.<br />

San sorriu tristemente e voltou a ser o <strong>de</strong> sempre, o homem em quem Amhal confiava.<br />

– Tu<strong>do</strong> aquilo que fiz, sempre fiz pensan<strong>do</strong> em você. Mas se achar que precisa <strong>de</strong> mais tempo,<br />

tu<strong>do</strong> bem. Leve o tempo que quiser. E, se assim o <strong>de</strong>sejar, sumirei da sua vida. Será um erro, eu<br />

sei disto, pois conheço você, mas respeitarei os seus <strong>de</strong>sejos.<br />

Amhal sentia alguma coisa <strong>do</strong>ce no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> peito.<br />

– Não queria dizer isto... Só por algum tempo, para pensar no assunto.<br />

– Como achar melhor. Eu não sou o seu mestre, não sou seu superior. Sou apenas seu amigo. –<br />

Encaminhou-se à porta. – De qualquer maneira, sabe on<strong>de</strong> me encontrar – acrescentou. E saiu.<br />

Percorreu apressadamente o trajeto para o seu alojamento. Tinha <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabafar a raiva e a<br />

tensão. Des<strong>de</strong> o começo sabia que não iria ser fácil, mas não era um homem paciente, e qualquer<br />

obstáculo <strong>de</strong>ixava-o profundamente irrita<strong>do</strong>.<br />

Havia si<strong>do</strong> concilia<strong>do</strong>r até <strong>de</strong>mais. Com o sorriso sempre estampa<strong>do</strong> no rosto, humilhara-se<br />

diante <strong>de</strong> pessoas que nem valiam a décima parte <strong>de</strong>le e engolira a própria raiva. Tinha até<br />

reprimi<strong>do</strong> o seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> matar. E agora, já tão perto da meta, tu<strong>do</strong> parecia <strong>de</strong>smoronar. Talvez<br />

tivesse si<strong>do</strong> melhor usar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo maneiras mais fortes. Levar o rapaz consigo e ponto<br />

final. O <strong><strong>de</strong>stino</strong> iria se encarregar <strong>do</strong> resto. Porque Amhal estava fada<strong>do</strong> à matança e à<br />

<strong>de</strong>struição, estava fada<strong>do</strong> a ele.<br />

Respirou com força, para acalmar-se. Não. Tinha <strong>de</strong> continuar com seu plano. Havia<br />

empecilhos? Ele simplesmente os removeria.<br />

Pouco a pouco a raiva se esvaiu, e a gélida calma <strong>de</strong> que precisava voltou ao seu coração.<br />

Tu<strong>do</strong> vai dar certo, disse para si mesmo, enquanto a sua mente continuava a trabalhar. Mas<br />

antes...<br />

Virou-se num corre<strong>do</strong>r secundário. Havia mais uma coisa a tratar, antes <strong>de</strong> seguir em frente.<br />

Perambulou por algum tempo, dan<strong>do</strong> a impressão <strong>de</strong> vagar sem um <strong><strong>de</strong>stino</strong> certo. Deu algumas<br />

voltas, chegou a recuar, até encontrar uma área que sabia estar <strong>de</strong>sabitada. Havia alguns quartos<br />

vazios, um <strong>do</strong>s quais ele inspecionara algumas noites antes, que era justamente aquilo <strong>de</strong> que<br />

precisava.

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