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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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aproximou-se <strong>de</strong> uma pequena família reunida em volta <strong>de</strong> uma fogueira.<br />

– Estou procuran<strong>do</strong> o acampamento militar <strong>de</strong> Damilar.<br />

Os três apertaram-se uns contra os outros e se retiraram rapidamente para <strong>de</strong>ntro da tenda,<br />

brindan<strong>do</strong>-a com um olhar carrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> ódio.<br />

– Não tenham me<strong>do</strong>! – tentou insistir <strong>Adhara</strong>, mas logo percebeu que muitos outros já haviam<br />

forma<strong>do</strong> um círculo em torno <strong>de</strong>la. Sentiu-se tomar <strong>de</strong> me<strong>do</strong> e levou a mão ao cabo <strong>do</strong> punhal.<br />

– É uma estrangeira.<br />

– Será que tem sangue <strong>de</strong> ninfa?<br />

– Os cabelos certamente não são humanos.<br />

<strong>Adhara</strong> sacou instintivamente a arma, enquanto um homem arma<strong>do</strong> <strong>de</strong> bordão se aproximava.<br />

– Quem é você?<br />

– Só estou procuran<strong>do</strong> o acampamento militar <strong>de</strong> Damilar – respon<strong>de</strong>u ela, procuran<strong>do</strong> baixar a<br />

lâmina.<br />

– Só as ninfas não têm me<strong>do</strong> <strong>de</strong> vir para cá. Você é uma mestiça?<br />

– Sou... – As palavras morreram na sua garganta. Pois é, quem era? O que era ela?<br />

– Está trazen<strong>do</strong> a <strong>do</strong>ença, a maldita! – berrou uma velha.<br />

Foi como se estivessem esperan<strong>do</strong> por aquele sinal. Um só grito da pequena multidão e to<strong>do</strong>s<br />

caíram em cima <strong>de</strong>la.<br />

<strong>Adhara</strong> sentiu-se sufocar. Pontapés, socos, empurrões. Ficou em pânico, pois sabia que aqueles<br />

homens não parariam até <strong>de</strong>rramarem o seu sangue. Eram movi<strong>do</strong>s por um terror cego, e nada dá<br />

tanta força quanto o me<strong>do</strong>. Per<strong>de</strong>u o punhal e procurou, então, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se com unhas e <strong>de</strong>ntes.<br />

Gritou, mas o seu grito per<strong>de</strong>u-se no rumorejar indistinto <strong>do</strong>s que a estavam linchan<strong>do</strong>. De<br />

repente, no entanto, percebeu que se estava crian<strong>do</strong> algum espaço em torno <strong>de</strong>la. Ouviu um<br />

barulho familiar. O <strong>de</strong> uma lâmina, <strong>de</strong> uma enorme lâmina que fendia o ar. Abriu os olhos e a viu:<br />

a espada <strong>de</strong> Amhal que criava o pânico no meio daquelas pessoas. Borrifos <strong>de</strong> sangue e três<br />

corpos tombaram no solo, sem vida. Foi suficiente. A multidão abriu espaço.<br />

Lá estava ele. Seguran<strong>do</strong> a espada com firmeza, em posição <strong>de</strong> guarda. E um olhar terrível, <strong>de</strong><br />

pura ferocida<strong>de</strong>.<br />

– Deixem-na em paz e voltem para on<strong>de</strong> vieram – intimou.<br />

A multidão <strong>de</strong>morou mais uns instantes, mas os corpos no chão foram mais convincentes <strong>do</strong> que<br />

qualquer palavra, e o pessoal dispersou-se.<br />

<strong>Adhara</strong> ficou um momento olhan<strong>do</strong> para Amhal e, então, levantou-se e correu para abraçá-lo.<br />

Estava numa tenda. Num canto, um catre, e no meio uma pequena fogueira. Num boneco havia a<br />

couraça <strong>de</strong> Amhal, com a espada apoiada ao la<strong>do</strong>. <strong>Adhara</strong> estava envolvida num pesa<strong>do</strong> cobertor<br />

e observava o fogo.<br />

Amhal não lhe dissera uma única palavra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ela chegara. Salvara-a, levara-a para a sua<br />

tenda, cuidara <strong>do</strong>s seus ferimentos e <strong>de</strong>ra-lhe <strong>de</strong> comer. Depois <strong>de</strong>saparecera. E agora ela estava<br />

sozinha.<br />

Quan<strong>do</strong> ele a livrara <strong>do</strong> linchamento, não pensara em outra coisa a não ser na felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reencontrá-lo. Agora, no entanto, podia ver com mais niti<strong>de</strong>z a cena. Os corpos no chão, Amhal

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