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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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Amina <strong>de</strong>svencilhou-se.<br />

– Quero ver! – exclamou, soltan<strong>do</strong>-se da captura.<br />

<strong>Adhara</strong> correu atrás como um raio, <strong>de</strong> punhal na mão, e agarrou-a <strong>de</strong> novo na entrada <strong>do</strong> beco.<br />

No fun<strong>do</strong>, o brilhar <strong>de</strong> uma lâmina.<br />

Amhal se movimentava com a costumeira elegância, com o habitual vigor. A espada volteava<br />

rápida, <strong>de</strong>senhan<strong>do</strong> sinuosas geometrias ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> seu corpo. O adversário, um ladrãozinho<br />

arma<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma espada meio enferrujada, não resistiu a mais que <strong>do</strong>is ataques, e sua arma logo<br />

voou das suas mãos, <strong>de</strong>slizan<strong>do</strong> no chão por alguns metros.<br />

E então <strong>Adhara</strong> a viu. O mun<strong>do</strong> pareceu parar, o ar gelar. A fúria. A usual, antiga fúria com que<br />

Amhal tinha <strong>de</strong> se ver to<strong>do</strong>s os dias. O furor que ele tentava sufocar na <strong>do</strong>r e no exercício físico<br />

extenuante. Viu o <strong>de</strong>svario aparecer em seus olhos. O <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> completar aquele amplo<br />

movimento <strong>do</strong> braço, <strong>de</strong> terminar o volteio no pescoço <strong>do</strong> adversário, <strong>de</strong> <strong>de</strong>rramar o seu sangue.<br />

Mas parou, e a ponta da espada ficou apontada para o peito <strong>do</strong> ladrão. Por um momento, pareceu<br />

lutar contra aquele seu instinto ancestral.<br />

– Está preso – murmurou afinal, com voz esganiçada.<br />

<strong>Adhara</strong> voltou a respirar aliviada.<br />

– Ai! Isto dói! – gritou Amina, enfastiada.<br />

Sem perceber, estava apertan<strong>do</strong> com força <strong>de</strong>mais o ombro <strong>de</strong>la.<br />

– Desculpe, achei que você podia... – disse soltan<strong>do</strong> a presa. Amhal, enquanto isto, estava<br />

atan<strong>do</strong> os pulsos <strong>do</strong> larápio.<br />

Amina virou-se para ela.<br />

– Viu que maravilha?! Quase não dava para ver a espada! E como o <strong>de</strong>sarmou!<br />

<strong>Adhara</strong> anuiu, mas a sua mente estava alhures. Observava Amhal e, quan<strong>do</strong> finalmente ele<br />

levantou os olhos para ela, presenteou-o com um olhar cheio <strong>de</strong> admiração. Ele vencera.<br />

Amina fincou o pé e resmungou muito, antes <strong>de</strong> voltar ao palácio, mas, quan<strong>do</strong> viu <strong>de</strong> longe o<br />

pai esperan<strong>do</strong> por ela no portal, <strong>de</strong> alguma forma baixou a crista.<br />

– Talvez seja melhor não falar <strong>do</strong> ladrão com sua mãe – aconselhou <strong>Adhara</strong>, levemente<br />

preocupada.<br />

Amina piscou para ela, abraçou-a com força e <strong>de</strong>u-lhe um beijo na bochecha.<br />

– Obrigada – sussurrou, e correu para o pai.<br />

Assim, <strong>Adhara</strong> teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recobrar-se <strong>do</strong> cansaço <strong>do</strong> dia na companhia <strong>de</strong> Amhal.<br />

Passaram o resto da tar<strong>de</strong> na Aca<strong>de</strong>mia.<br />

– Você se saiu muito bem hoje – disse para ele.<br />

– Pois é, até eu fiquei surpreso. Nunca tive <strong>de</strong> tratar com irmãos e irmãs, é realmente um<br />

milagre que tenha consegui<strong>do</strong> me dar bem com a princesa...<br />

– Não é disso que estou falan<strong>do</strong>. – <strong>Adhara</strong> encostou a mão na <strong>de</strong>le. – Estava me referin<strong>do</strong> ao<br />

ladrão.<br />

Os olhos <strong>de</strong> Amhal pareceram ficar mais sombrios.<br />

– São vitórias momentâneas – comentou, seco.

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