19.04.2013 Views

Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Tinha visto Learco li<strong>de</strong>rar as tropas, vira-o muitas vezes lutar, naquele ano passa<strong>do</strong> com ele nos<br />

campos <strong>de</strong> batalha. Mas nunca havia realmente se envolvi<strong>do</strong> num combate.<br />

Mesmo assim, no entanto, soube o que fazer. Seu corpo, a sua memória e o que Learco lhe<br />

<strong>de</strong>ixara guiaram-na.<br />

Ergueu-se rápida contra o inimigo, a espada numa das mãos e o punhal na outra. Nem se <strong>de</strong>u ao<br />

trabalho <strong>de</strong> olhar para eles. Só reparou que tinham estranhas proporções, que <strong>de</strong> alguma forma<br />

não <strong>de</strong>viam ser humanos.<br />

Quem são, então?, indagou a si mesma, mas logo engavetou a pergunta. Não era importante<br />

naquele momento.<br />

Sabia para on<strong>de</strong> ir. Entre corpos caí<strong>do</strong>s, chuva e lama, correu para o quartel-general. Nada<br />

mais <strong>do</strong> que uma tenda em que se reuniam o general encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> acampamento, um Cavaleiro<br />

<strong>de</strong> Dragão e os seus homens. Estava em chamas. Um jovem envolvi<strong>do</strong> pelo fogo saiu <strong>de</strong> lá<br />

corren<strong>do</strong>, o céu encheu-se <strong>de</strong> gritos <strong>de</strong>sumanos. Dubhe superou o horror. Tinha <strong>de</strong> encontrar o<br />

Cavaleiro <strong>de</strong> Dragão a qualquer custo. Só havia uma viverna, precisavam <strong>de</strong> um dragão para<br />

enfrentá-la.<br />

Vislumbrou-o não muito longe dali, cerca<strong>do</strong> por aqueles solda<strong>do</strong>s alienígenas, estranhos, que<br />

haviam caí<strong>do</strong> em cima <strong>de</strong>les como abutres famintos. Dubhe acudiu para ajudar.<br />

Sentia as juntas rangen<strong>do</strong> enquanto lutava, com os músculos que se tendiam até o espasmo.<br />

Esta vida já não é para você, o seu corpo já não é o mesmo <strong>de</strong> antigamente.<br />

Uma violenta queimação nas costas. Gritou, e caiu na lama. Ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>la a luta continuava.<br />

Percebia o ruí<strong>do</strong> <strong>de</strong> passos agita<strong>do</strong>s, o tinir das espadas, os gritos.<br />

Levou a mão às costas, <strong>de</strong>vagar. Sentiu uma <strong>do</strong>r latejante. Um ferimento, não grave <strong>de</strong>mais,<br />

mas profun<strong>do</strong>. Alguma coisa caiu sobre suas pernas imobilizan<strong>do</strong>-as, e os inimigos <strong>de</strong>slocaramse<br />

em massa para outro lugar. Chamas, mais chamas e cheiro <strong>de</strong> queima<strong>do</strong>, logo adiante.<br />

Dubhe tentou levantar-se. Havia um cadáver em cima das suas pernas: o <strong>do</strong> Cavaleiro <strong>de</strong><br />

Dragão.<br />

Era pesa<strong>do</strong>, não foi fácil tirá-lo dali e soltar-se. Tinha larga<strong>do</strong> a espada na queda, mas<br />

recuperou-a. Ficou novamente <strong>de</strong> pé, amaldiçoan<strong>do</strong> a própria fraqueza.<br />

Começou a correr pelo acampamento. Tinha <strong>de</strong> encontrar Theana. Talvez ela soubesse como<br />

cavalgar um dragão, como guiá-lo contra a viverna.<br />

Um som <strong>de</strong> trovão, acima <strong>de</strong>la, um estron<strong>do</strong> que encheu sua cabeça, e viu o animal <strong>de</strong>scer<br />

planan<strong>do</strong> sobre o acampamento, percorrê-lo to<strong>do</strong> <strong>de</strong> bocarra aberta. Mais chamas. Dubhe teve <strong>de</strong><br />

passar por elas, só contan<strong>do</strong> com a proteção das roupas molhadas.<br />

Olhou em volta. Destruição por toda parte, tendas queiman<strong>do</strong>, gritos, cadáveres no chão. E<br />

solda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> corpo magro e esguio que, imperturbáveis, varriam o acampamento. Compreen<strong>de</strong>u<br />

que não havia mais nada a fazer.<br />

Correu às cegas, um braço diante da boca para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se da acre fumaça que tu<strong>do</strong> envolvia.<br />

Com suas últimas forças, só procurou manter-se <strong>de</strong> pé. Toda vez que se via diante <strong>de</strong> um inimigo,<br />

com enorme esforço recomeçava a lutar, forçan<strong>do</strong> os músculos cansa<strong>do</strong>s e os braços pesa<strong>do</strong>s.<br />

Defesa, ataque, rotação e o baque <strong>do</strong> inimigo que caía na lama. Mais uma vez, <strong>de</strong> novo,<br />

avançan<strong>do</strong> na chuva, <strong>de</strong>sesperada.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!