Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
casos <strong>de</strong> gente que morreu.<br />
A jovem olhou para ele.<br />
– O que é um Cavaleiro <strong>de</strong> Dragão?<br />
Amhal sorriu.<br />
– Um solda<strong>do</strong>, nestes tempos <strong>de</strong> paz, é antes <strong>de</strong> mais nada um <strong>de</strong>fensor da or<strong>de</strong>m constituída.<br />
Uma espécie <strong>de</strong> guarda, mas treina<strong>do</strong> nas artes da guerra. E, principalmente, os cavaleiros<br />
montam os dragões, seus inseparáveis companheiros <strong>de</strong> luta.<br />
Diante <strong>do</strong> olhar interrogativo <strong>de</strong>la, voltou a sorrir.<br />
– Os dragões são animais magníficos, eu tenho um, po<strong>de</strong>rá vê-lo mais tar<strong>de</strong>.<br />
Ela anuiu, cada vez mais perplexa. Desconhecia aquelas coisas porque vinha <strong>de</strong> algum lugar<br />
distante, diferente <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> Emerso, ou simplesmente tinha esqueci<strong>do</strong> tu<strong>do</strong>?<br />
– Como acha que po<strong>de</strong>rei <strong>de</strong>scobrir quem sou? – perguntou <strong>de</strong> repente.<br />
– Sei lá... – respon<strong>de</strong>u Amhal, incerto. – Eu já disse, por enquanto tenho <strong>de</strong> ir a Laodameia,<br />
partiremos amanhã bem ce<strong>do</strong>, e portanto... De qualquer forma, não creio que você seja originária<br />
daqui. Chegou andan<strong>do</strong>, não foi?<br />
Ela anuiu, dan<strong>do</strong> uma mordida na maçã que comia.<br />
– Em Laodameia po<strong>de</strong>mos ter como ponto <strong>de</strong> partida os seus olhos e os seus cabelos. Eu nunca<br />
vi nada pareci<strong>do</strong>. Quem sabe, talvez fosse uma boa i<strong>de</strong>ia procurar em algum livro.<br />
– Livro?<br />
– Isto mesmo, um negócio escrito... – Parou <strong>de</strong> estalo. – Você sabe ler?<br />
Ela ficou com a maçã suspensa no ar.<br />
– Não sei ao certo o que significa.<br />
O rapaz remexeu no alforje e encontrou alguns daqueles discos <strong>de</strong> metal que a jovem tinha<br />
usa<strong>do</strong> na taberna, na noite anterior.<br />
– Esses eu conheço. Trocam-se por comida.<br />
– São moedas – explicou ele. Em seguida mostrou-lhe as inscrições. – Saberia dizer o que está<br />
escrito?<br />
– Claro! “Salazar, cinco escu<strong>do</strong>s.”<br />
– Ótimo – comentou ele sorrin<strong>do</strong>. – Quer dizer que sabe ler. Os livros são objetos cheios <strong>de</strong><br />
escritas sobre os mais varia<strong>do</strong>s assuntos. Até sobre pessoas com os cabelos meio negros e meio<br />
azuis, e com olhos <strong>de</strong> cores diferentes.<br />
A jovem sentiu-se mais animada.<br />
Amhal <strong>de</strong>bruçou-se, apoian<strong>do</strong> os cotovelos em cima da mesa.<br />
– Se formos viajar juntos, no entanto, não po<strong>de</strong>remos continuar nos chaman<strong>do</strong> somente <strong>de</strong><br />
“você aí!” ou “moça”. Precisamos arranjar um nome para você.<br />
Um vislumbre <strong>de</strong> luz brilhou <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la. Um nome. Uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Sair daquele anonimato e<br />
dar um pequeno passo rumo ao ser e a um existir que fosse algo mais que apenas sobreviver,<br />
beber e comer.<br />
– Esqueci o meu nome...