Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
acha que isto po<strong>de</strong>rá ajudar-me a <strong>de</strong>scobrir quem sou?<br />
Amhal encarou-a por alguns instantes.<br />
– Sinto muito – disse afinal. – Esperava po<strong>de</strong>r ser mais útil...<br />
Ela tocou no seu braço.<br />
– Já fez muito. Já fez até <strong>de</strong>mais.<br />
Sorriu tristonha. E agora? Agora estava novamente só. Amhal iria seguir pelo seu caminho, e<br />
ela ficaria <strong>de</strong> mãos vazias, a não ser por aquele nome com que se apresentar ao mun<strong>do</strong>. Um<br />
presente <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida <strong>de</strong> Amhal.<br />
– Bom – disse ele <strong>de</strong> repente. – Ainda há uma coisa que não investigamos. Isso. – E encostou a<br />
mão no punhal que <strong>Adhara</strong> tinha na cintura. – Talvez ele nos proporcione algum indício<br />
importante.<br />
Ela anuiu, não muito convencida.<br />
– É um punhal estranho, bastante diferente – arriscou Amhal. – Talvez pertença a alguma<br />
família conhecida, importante... O meu mestre é um profun<strong>do</strong> conhece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> armas e brasões. É<br />
um Cavaleiro <strong>de</strong> Dragão.<br />
Haviam instintivamente para<strong>do</strong>, e agora estavam no meio <strong>do</strong> caminho, um diante <strong>do</strong> outro.<br />
– Acho que seria bom mostrá-lo para ele – prosseguiu Amhal. – Talvez possa ajudar a<br />
<strong>de</strong>scobrir a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
<strong>Adhara</strong> sentiu o coração bater mais rápi<strong>do</strong>, mas preferiu não se entregar a falsas esperanças.<br />
– E on<strong>de</strong> está o seu mestre?<br />
– Em Nova Enawar, a minha próxima parada. Voarei para lá amanhã mesmo.<br />
Ela não se atreveu a fazer comentários. Permaneceu parada, a mão apoiada no punhal, os olhos<br />
fixos nos <strong>de</strong> Amhal, e nenhuma palavra sensata nos lábios.<br />
– Voaremos – corrigiu ele.<br />
<strong>Adhara</strong> conce<strong>de</strong>u-se algum tempo para elaborar aquela frase, para avaliar o seu senti<strong>do</strong> mais<br />
profun<strong>do</strong>. Então baixou a cabeça.<br />
– Obrigada – murmurou.<br />
– Não precisa agra<strong>de</strong>cer – disse ele, retoman<strong>do</strong> o caminho. – Mas acho que já está na hora <strong>de</strong><br />
comermos alguma coisa.<br />
Jantaram, em silêncio, num canto afasta<strong>do</strong> <strong>do</strong> refeitório. Amhal parecia ter fica<strong>do</strong><br />
repentinamente carrancu<strong>do</strong> e mantinha os olhos baixos, sobre a tigela. <strong>Adhara</strong> remoía as<br />
revelações daquela tar<strong>de</strong>. Afinal <strong>de</strong> contas, agora tinha algo em que se basear. De alguma forma,<br />
alguém abusara <strong>de</strong>la com a magia, mesmo que ela não conseguisse enten<strong>de</strong>r com que finalida<strong>de</strong>.<br />
Talvez fosse por isso que não tinha memória. Era um primeiro passo, um passo importante.<br />
Agora conhecia alguma coisa <strong>do</strong> seu passa<strong>do</strong>.<br />
– Quem era o Tirano? – perguntou <strong>de</strong> chofre, <strong>de</strong>cidida a interromper o silêncio <strong>do</strong><br />
companheiro.<br />
Amhal pareceu <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> algum <strong>de</strong>vaneio.<br />
– Um mago po<strong>de</strong>roso e terrível. Mais ou menos cem anos atrás, tentou conquistar to<strong>do</strong> o Mun<strong>do</strong>