19.04.2013 Views

Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ficou imóvel por alguns instantes. Havia algo erra<strong>do</strong>, mas não sabia o quê.<br />

Levantou uma das pálpebras <strong>do</strong> cadáver. Estremeceu. Olhan<strong>do</strong> para ele, sem vê-lo, havia um<br />

olho <strong>de</strong> um violeta intenso. Abriu o outro também. Mesma cor. Seus <strong>de</strong><strong>do</strong>s tremeram. Passou a<br />

examinar os cabelos. Visivelmente estavam pinta<strong>do</strong>s, opacos e pegajosos. Jyrio procurou<br />

nervosamente em sua mochila. Sacou um líqui<strong>do</strong> transparente que <strong>de</strong>rramou no lenço que estava<br />

seguran<strong>do</strong>, tiran<strong>do</strong>-o da boca. Esfregou-o na cabeleira <strong>do</strong> morto. Ficou imediatamente mancha<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> marrom. Os cabelos <strong>do</strong> cadáver reassumiram sua cor normal: ver<strong>de</strong>.<br />

Jyrio <strong>de</strong>u uns passos para trás e virou-se para a mulher.<br />

– Levava alguma coisa consigo?<br />

– Absolutamente nada, somente a roupa que vestia. E uma pequena ampola vazia.<br />

– Ainda está com ela?<br />

Ela indicou um receptáculo ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo. Jyrio aproximou-se mas não se atreveu a tocar<br />

nela. Não passava <strong>de</strong> um frágil vidrinho que <strong>de</strong>via ter conti<strong>do</strong> um líqui<strong>do</strong> qualquer, colori<strong>do</strong>, que<br />

em parte ainda manchava as pare<strong>de</strong>s.<br />

Levantou-se. Sua cabeça rodava.<br />

– Então? – perguntou a mulher, <strong>de</strong> braços cruza<strong>do</strong>s e expressão <strong>de</strong>cidida no rosto.<br />

– Não sei – murmurou ele. – Não é humano, não é semielfo, não faço a menor i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> quem<br />

seja e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem. Este homem não pertence ao Mun<strong>do</strong> Emerso.<br />

– Como eu temia – disse a mulher, impassível.<br />

Como é que ela consegue?, perguntou Jyrio a si mesmo, sem ser capaz <strong>de</strong> controlar o tremor<br />

convulso das mãos.<br />

– Não é o único – acrescentou ela. – Há mais <strong>do</strong>is que foram mortos por um rapaz, vários dias<br />

atrás, em Salazar. Os primeiros casos <strong>de</strong> contágio apareceram <strong>do</strong>is dias <strong>de</strong>pois daquele<br />

homicídio.<br />

Jyrio apertou os punhos sob a túnica.<br />

– São eles... os porta<strong>do</strong>res são eles...<br />

14

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!