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Lendas do mundo emerso - O destino de Adhara - Multi Download

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– Você nunca irá me machucar. Tenho certeza disso.<br />

Aproximou os lábios <strong>do</strong>s <strong>de</strong>le, beijou-o com ar<strong>do</strong>r, mas só durou um momento.<br />

Amhal afastou-se, coran<strong>do</strong>, confuso.<br />

– Não posso, <strong>Adhara</strong>, não posso.<br />

– É o que você pensa, mas a verda<strong>de</strong>...<br />

– Não, ainda não – afirmou ele, seco. – Preciso primeiro encontrar a mim mesmo, só <strong>de</strong>pois<br />

po<strong>de</strong>rei <strong>de</strong>dicar-me a você. Porque eu quero apoiar-me em você, quero protegê-la, quero... –<br />

Suspirou.<br />

– Não consigo enten<strong>de</strong>r – murmurou <strong>Adhara</strong>. – Eu <strong>de</strong>sejo ficar ao seu la<strong>do</strong>. Não sei o que isto<br />

significa, se é amor ou qualquer outra coisa, mas <strong>de</strong>sejo ficar ao seu la<strong>do</strong>. E você?<br />

Amhal não conseguiu encará-la.<br />

– Ainda não – repetiu, e <strong>Adhara</strong> teve a impressão <strong>de</strong> que o mun<strong>do</strong> ia <strong>de</strong>smoronar ao seu re<strong>do</strong>r.<br />

Ele esticou a mão para segurar a <strong>de</strong>la, mas a jovem esquivou-se bruscamente. – Preciso <strong>de</strong> algum<br />

tempo.<br />

– Mas eu não.<br />

– Por favor... – Amhal conseguiu segurar a mão <strong>de</strong>la, apertou-a com força. – Não pense que eu<br />

não... não lhe queira bem – sussurrou.<br />

<strong>Adhara</strong> sentiu-se reconfortar por uma leve esperança, à qual no entanto não queria entregar-se.<br />

– E então?<br />

– Então quero antes <strong>de</strong> mais nada ter certeza <strong>de</strong> que não sou uma ameaça para você. Porque<br />

nunca, nunca po<strong>de</strong>ria aceitar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fazer-lhe algum mal.<br />

Ela baixou a cabeça. Era tu<strong>do</strong> complica<strong>do</strong> <strong>de</strong>mais, incompreensível. Não entendia por que não<br />

podiam voltar à simplicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s primeiros tempos, quan<strong>do</strong> entre os <strong>do</strong>is não havia pare<strong>de</strong>s.<br />

Mas aquelas duas pessoas já não existiam.<br />

– Nunca mais vou <strong>de</strong>ixá-la sozinha.<br />

– É o que sempre diz...<br />

– Juro. – Continuava a segurar a mão <strong>de</strong>la. – Você é importante para mim – disse quase num<br />

sopro.<br />

Abraçaram-se, sem que seus lábios encontrassem o caminho para outro beijo. Mas havia muita<br />

coisa naquele aperto, mais <strong>do</strong> que eles mesmos podiam imaginar.<br />

– Quan<strong>do</strong> voltarei a vê-lo?<br />

– Logo que eu tiver um tempinho.<br />

<strong>Adhara</strong> acompanhou-o com os olhos enquanto ele se afastava, e percebeu com clareza que uma<br />

barreira se havia cria<strong>do</strong> entre eles.<br />

Nos dias seguintes, Amhal procurou retomar a vida <strong>de</strong> sempre. Não se encontrava com San<br />

com a mesma frequência, embora este ainda viesse procurá-lo quan<strong>do</strong> não estava <strong>de</strong> plantão. Iam<br />

então para o bosque nas cercanias da cida<strong>de</strong> e treinavam. Magia e espada.<br />

Mas o encontro com <strong>Adhara</strong>, os sentimentos que nutria por ela e que não conseguia suprimir, a<br />

volta <strong>de</strong> Mira, tu<strong>do</strong> o <strong>de</strong>ixava muito confuso.

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