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o seu tempo - DSpace CEU

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D. Miguel sustenta-se no throno, em opposiçao á vontade e dese-<br />

jos da maior e melhor parte da naçao portugueza, que, opprimida,<br />

desarmada e sob a constante observacáo de urna policía activa, que<br />

leva o terror ao seio das familias mais socégadas e inóffensivas, está<br />

reduzida a um estado de inactividade forçada.<br />

Este partido é o mesmo que tem devastado Portugal durante os<br />

últimos doze annos.<br />

Á sua testa está a familia dos Silveiras, que teem sido os princi-<br />

paes instigadores de todas as revoluçoes occorridas em Portugal<br />

durante este espaço de <strong>tempo</strong>; ora advogando os principios constitu-<br />

cionaes, ora o régimen arbitrario, conforme melhor convinha ás suas<br />

immediatas vistas e interesses. Foram os chefes do movimento, a favor<br />

da constituicáo, que occorreu no Porto em 24 de agosto de 1820.<br />

Igualmente promoveram e sustentaram as revoluçoes de 27 de maio<br />

de 1823 e de 30 de abril de 1824 e as de 1826 e 1827. Finalmente ó<br />

devido á sua extraordinaria teimozia, em grande parte, que D. Miguel<br />

voltou a Portugal e usurpou o throno.<br />

A Junta Apostólica, julgando-o um instrumento proprio para levar<br />

por diante o <strong>seu</strong> ambicioso plano de subjugar Portugal, e os Silveiras,<br />

sabendo que podiam obter d'elle honras e distincçoes, que nao tinham<br />

nem mérito nem outros fundamentos para exigir do governo legitimo,<br />

sao a causa da duracáo da presente guerra civil, e das miserias que<br />

levaram Portugal á beira do precipicio que o ameaça com total ruina.<br />

Os principaes elementos d'esta faccáo acham-se na nobreza pro­<br />

vincial e no clero.<br />

Para favorecer as ambiciosas miras da primeira e manter os abusos<br />

intoleraveis do segundo, este bello paiz foi devastado, e a parte da<br />

sociedade mais respeitavel, quer pela sua instruccáo, quer pelas rique­<br />

zas e propriedades que possue, esteve e continua a estar exposta á<br />

rapiña e ás crueldades e perseguiçoes de urna plebe ao mesmo <strong>tempo</strong><br />

ignorante, fanática e licenciosa, e de urna soldadesca mais pervertida<br />

ainda, pelos maus exemplos dos indignos chefes a cujas ordens está<br />

sujeita. Para prova do asseverado basta dizer que a maior parte da<br />

antiga e respeitavel nobreza de Portugal seguiu a causa da legitimi-<br />

dade, abandonando a do usurpador, com excepcáo das familias dos<br />

dois duques (Cadaval e Lafoes) e das dos marquezes de Tancos, Borba,<br />

Olháo, Bellas, Penalva (exceptuando o digno marquez de Rezende) e<br />

Povolide; todos os outros estáo ao lado da boa causa. Os titulares que<br />

figuram ao lado de D. Miguel, excluindo os ácima mencionados, sao<br />

todos comparativamente de moderna data.<br />

O partido de que se trata é decididamente anti-inglez e anti-com-<br />

mercial, nao só por principio, mas porque mais de urna vez tem sido

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