11.05.2013 Views

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Félix Pereira de Magalhaes (que nem sempre attinge a verdade) narra com<br />

bastante exactidáo, nos trechos que em seguida transcrevemos, o proseguimento<br />

das negociaçOes depois da demissáo do marquez de Palmella.<br />

«O governo do imperador, vendo que os plenipotenciarios haviam excedido<br />

os limites dos <strong>seu</strong>s poderes e instrucçoes prometiendo no <strong>seu</strong> memorando de 8 de<br />

dezembro ao governo britannico que o imperador acceitaria a intervençao da<br />

Inglaterra sem condiçues nem limites para se effectuar a reconciliacáo, ficando<br />

assegurados os individuos compromettidos em todos os partidos, e pondo as suas<br />

pessoas e bens ao abrigo de todo e qualquer receio futuro, exonerou-os da missao<br />

de que os havia encarregado e commetteu-a ao conde do Funchal e ao conselheiro<br />

Luiz Antonio d'Abreu e Lima, munindo-os de plenos poderes, e dandolhes<br />

as mesmas instrucçoes que havia dado aquelles negociadores. Ordenou-lhes<br />

que reclamassem immediatamente contra quaesquer actos praticados, além das<br />

instrucçoes que constituiam a norma e medida dos <strong>seu</strong>s poderes; recommendandolhes<br />

igualmente que, no caso de ser imposta urna suspensao de armas a ambos os<br />

partidos, de maneira nenhuma se julgasse que fóra requerida pelo imperador,<br />

mas sómente porque a Inglaterra assim o julgava conveniente a favor da humanidade,<br />

na certeza de que o mesmo senhor a nao acceitaria de qualquer outra<br />

forma. (Officio do marquez de Loulé ao conde do Funchal, de 11 de Janeiro de<br />

1833.)<br />

«Os plenipotenciarios novamente nomeados continuaran! as negociaçoes, mas<br />

sem resultado algum favoravel<br />

«Lord Palmerston, embaraçado com as repetidas instancias que o imperador<br />

e os <strong>seu</strong>s plenipotenciarios lhe faziam para que o governo inglez interviesse,<br />

respondeu ao imperador, por urna communicacáo verbal, que quaesquer que fossem<br />

as boas disposiçoes do governo hespanhol para terminar por meio de negociaçoes<br />

a questao portugueza, entendia que nao poderia concluir-se cousa alguma<br />

favoravel, a este respeito, em quanto o imperador conservasse o actual ministerio,<br />

cuja cor era demasiadamente pronunciada. E aos plenipotenciarios respondeu<br />

que era escusado trabalhar contra o systema que o gabinete britannico havia<br />

adoptado. Que no Porto e á roda do Porto é que se devia trabalhar, e de lá é que<br />

deviam ir as noticias. (Officio do conde do Funchal de 13 de marco de 1833.)<br />

«O imperador vendo o <strong>seu</strong> ministerio argüido injustamente por lord Palmerston,<br />

como obstáculo ao éxito feliz das negociaçoes, resolveu justifical-o, communicando<br />

ao ministro inglez os principios que dirigiam o <strong>seu</strong> ministerio, e para<br />

esse fim, convocando o conselho e apresentando n'elle a communicacáo verbal de<br />

lord Palmerston, concedeu aos ministros a licença, que pediram, para renovarem<br />

na sua presença a declaracáo solemne que haviam feito dos principios da sua<br />

politica pelos quaes se haviam de dirigir, quando entraram no ministerio. Estes<br />

principios, de que se nao desviariam emquanto o imperador lhes conservasse a<br />

sua confiança, eram:<br />

1.° Fazer quanto lhes coubesse para restaurar o throno da rainha.<br />

2.° Conseguir que D. Miguel se retirasse de Portugal.<br />

3.° Propór e obter do imperador que, conseguidos estes intentos, concedesse<br />

em nome da rainha a todos os subditos portuguczes, qualquer que tivesse sido a<br />

sua opiniáo politica nesta contenda, amnistía completa.<br />

4.° Deixar, depois d'isto á nacáo convocada em cortes a decisáo de urna<br />

questao que era toda sua, isto é, declarar a forma do governo que mais entendesse<br />

convir-lhe, comtanto que fosse em nome da rainha.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!