11.05.2013 Views

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

que parece ser hostil á Inglaterra e dedicado ao partido apostólico em<br />

Hespanha, ha bom fundamento para acreditar que nao ó assim na<br />

corte de Berlim, ou na sua representacáo em Inglaterra.<br />

O sr. ... declara que o <strong>seu</strong> governo é indiferente com respeito<br />

a D. Miguel, e só deseja urna soluçao dos negocios portuguezes tal<br />

que satisfaça a Inglaterra e nao comprometía a tranquillidade do<br />

continente. Urna referencia á nota aqui junta mostrará que no ponto<br />

de vista commercial o interesse da Prussia, nesta questao, é quasi<br />

nenhum.<br />

Com effeito com o facto que nos salta aos olhos de que, mesmo<br />

nestes <strong>tempo</strong>s calamitosos, com os obstáculos lançados no caminho do<br />

nosso commercio pela existencia da cholera em Inglaterra, e as hosti­<br />

lidades do governo portuguez aos interesses britannicos, que diligen-<br />

ceia obstruir por todos os meios ao <strong>seu</strong> alcance, os navios inglezes<br />

que entraram no Tejo ainda excederam numa pequeña fraecáo o nu­<br />

mero de todos os das outras naçoes commerciaes,—nao pode haver<br />

duvida de que é a Inglaterra e só a Inglaterra que deve ter a solucáo<br />

da questao portugueza.<br />

O visconde de Santarem nao sómente reconhece os interesses da<br />

Inglaterra nesta questao, e que é a natural protectora de Portugal con­<br />

tra as ambiciosas vistas das outras naçoes, mas vae ainda mais longe,<br />

porque diz que ainda que o ultimo tratado (o de 1810) entre os dois<br />

paizes é oneroso para Portugal, as vantagens derivadas para este da<br />

amisade da Inglaterra e o apoio e benevolencia que alcança por influen­<br />

cia d'ella nos outros paizes, amplamente contrabatançam qualquer des-<br />

vantagem que possa resultar-lhe dos <strong>seu</strong>s compromissos com a Gran-<br />

Bretanha.<br />

Com urna tal evidencia em favor da alliança, nao ha duvida que<br />

mesmo os mais fiéis miguelistas e os proprios apostólicos devcm reco-<br />

nhecer que, ainda que a intervencáo da Hespanha possa ser muito<br />

benéfica aos <strong>seu</strong>s proprios interesses individuaes, ó só o influxo do<br />

fomento inglez que pode tornar Portugal urna florescente naçao; e por<br />

isso a sua influencia deve predominar.<br />

O relatorio annexo da quántidade de vinho exportado do Douro,<br />

durante os últimos onze annos, tende ainda mais para elucidar este<br />

assumpto, e para mostrar quanto maiores sao os interesses commer­<br />

ciaes da Gran-Bretanha em Portugal, do que os de qualquer outra<br />

naçao. A Gran-Bretanha recebe para mais de nove decimos de todo o<br />

vinho exportado do Douro, durante o anno, e, como ella paga isto<br />

com as suas mercadorias, ó fácil ver quanto o bem estar de ambos os<br />

paizes depende da conservaçao das mais estreitas e amigaveis rela-<br />

çoes commerciaes.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!