11.05.2013 Views

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O peior é achar-me collocado, pelo fado, numa posiçao em que todos<br />

os meus compatriotas de todos os partidos, e todos os estrangeiros,<br />

me lançam a pedra e me carregam de todas as responsabilidades do<br />

que se deixa de fazer bem, sem saberem se era humanamente possivel<br />

fazer-se melhor; sem olharem para os obstáculos enormes que de todos<br />

os lados encontrei, nem para o pouco que pude fazer e cuja gloria<br />

ninguem me tirará, que é o de haver por dois annos conservado ao<br />

menos a unidade moral do partido da senhora D. María II, segurado<br />

a ilha Terceira e com ella o baluarte da nossa causa, e impedido que<br />

se extinguisse o fogo sagrado. Mas basta de lamuria e vamos ao essen-<br />

cial. Por este navio se remetteu a D. Thomás Mascarenhas instruc-<br />

ç5es e poderes para desenvolver em casos eventuaes todos os meios<br />

necessarios para nos tirar da posiçao inerte em que estamos. Por<br />

agora, emquanto nao houver o emprestimo ou um movimento em Por­<br />

tugal, nao é possivel saír d'esta ilha, bloqueada, nem se deve arris­<br />

car a perda d'esta ultima fortaleza. Mas, verificando-se qualquer das<br />

duas hypotheses, immediatamente nos apresentaremos em acçSo, e se<br />

entretanto houver quem tenha a fortuna de operar a restauraçSo da<br />

Patria, ainda que seja o meu maior inimigo, nao terei o egoísmo de<br />

oppor resentimentos particulares ao bem publico, nem de excitar riva­<br />

lidades, conhecendo que esta regencia, creada pelas circumstancias,<br />

só deve ser regencia emquanto se nao puder installar um governo legal<br />

e conforme a Carta.<br />

v. ex. a<br />

As gazetas de aqui e actos do governo já terSo desterrado de<br />

a falsa idea de que nos pretendessemos sacrificar a Carta, e<br />

felizmente podemos mostrar que a invocamos e procedemos conforme<br />

a ella (que é o essencial) antes da revolucáo de Franca; de modo que<br />

se nao pode dizer que foi esta a que nos inspirou urna linguagem<br />

constitucional. A falta de inserir a palavra Carta na proclamaçao foi<br />

exagerada pelos nossos inimigos, sem nenhum fundamento, porque a<br />

nossa quest&o nao é urna questáo de palavras; e como no decreto da<br />

nossa creaçSo (redigido por nos mesmos) se invoca a Carta, era inútil<br />

tornar a mencional-a numa proclamaçao, na qual queríamos dispor<br />

favoralmente os gabinetes da Europa, que a detestam. Mas de ahi a<br />

sacrifical-a ha muita differença, e creía que todos tres estivemos sem­<br />

pre firmemente resolutos a nao tomar parte em tal sacrificio. D'isto<br />

mesmo o <strong>tempo</strong> fará fé. Nao menciono outras arguiçoes, que eu poderia<br />

fácilmente desfazer, por nao tornar esta carta nimiamente extensa.<br />

Só lhe peco que a respeito de D. Francisco de Almeida converse com<br />

D. Thomás Mascarenhas e indague se elle tem servido bem ou mal.<br />

Alem de que, como é possivel nao lançar máo agora de todos os por­<br />

tuguezes votados á mesma causa, sem estar a esquadrinhar erros pas-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!