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o seu tempo - DSpace CEU

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eis o que me moveu. Os amigos, sabedores d'este passo, por certo que<br />

jamáis o communicarao a alguem. Em todo o <strong>tempo</strong>, nao obstante, eu<br />

respondería pelo que levo aqui escripto, e a que é força por fim.<br />

Espero que v. ex. a<br />

me fará a honra de responder com a mesma<br />

franqueza, e ató com a possivel segurança. Se eu tiver tido a desven­<br />

tura de desagradar-lhe, seguro estou de que v. ex. a<br />

nao hesitará em<br />

declarar-m'o, a fim de que eu nao continué a ser-lhe molesto; mas,<br />

em todo o caso, confio que fará justiça aos meus sentimentos.<br />

Tenho a honra de ser sempre com muita veneraçao, de v. ex. a<br />

,<br />

amigo fiel e obrigado creado. = José da Silva Carvalho.<br />

Ill. mo<br />

DOC. XLVIII<br />

Do marquez de Palmella a José da Silva Carvalho em resposta<br />

á anlecedente, de 15 de agosto<br />

Angra, 20 de setembro de 1830.<br />

m 0<br />

e ex.<br />

sr. — Meu amigo e sr. Devo accusar a recepçao da<br />

sua carta confidencial, de 15 de agosto, assim como de duas, de 29<br />

de maio e 13 de junho, ás quaes, pela escassez de occasioes e falta<br />

absoluta de novidades nesta ilha, nao tinha aínda respondido.<br />

A sua ultima carta afnige-me, porque me parece encerrar da sua<br />

parte suspeitas injustas, nao só contra a regencia, mas tambem contra<br />

mim em particular, pois considero como tal a idea de que eu possa<br />

nao fazer o apreço devido da sua amisade. Sim, senhor, persuado-me<br />

que conheço o <strong>seu</strong> carácter, que reconheço a parcialidade amigavel<br />

com que me tem tratado, e que nao sou tao louco que possa antepor<br />

os inimigos aos amigos, ou ser indiíferente para uns e para outros.<br />

Se lhe nao confiei a minha partida de Londres foi porque real­<br />

mente naquelles últimos dias andava com a cabeça quasi perdida; nem<br />

era isso de admirar, tendo que me dispor para urna tal viagem, aban­<br />

donando os emigrados quasi sem soccorros, fugindo aos credores como<br />

um fallido, vendendo e atirando á rúa com tudo quanto me restava<br />

ainda, que valesse algum dinheiro, e sobretudo largando a minha familia<br />

para talvez a deixar mendiga, pela minha morte, em paiz estrangeiro.<br />

Se isto tudo me nao serve de desculpa, sirva-me, ao menos, a incer­<br />

teza em que permanecí até aos últimos tres ou quatro dias, porque<br />

realmente naío sabia eu mesmo, se, nao obstante todos os meus esfor-<br />

ços, poderia effectuar a partida.

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