11.05.2013 Views

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

o seu tempo - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

contrariado pela Inglaterra em suas vistas anti-sociaes. O <strong>seu</strong> dogma<br />

politico é a uniáo com a Hespanha, que nunca perdeu de vista este<br />

objecto das suas mais caras ambiçoes. A Hespanha, quer constitucio­<br />

nal, quer absoluta, sempre conservou os mesmos planos, e avançou<br />

firmemente neste favorito caminho; eis aqui a razáo por que nunca<br />

deixou escapar qualquer opportunidade de distinguir e recompensar<br />

aquelles portuguezes que julgou favoraveis ás suas pretensSes. A fami­<br />

lia Silveira, que é muito grande e possue muita influencia ñas provin­<br />

cias pelos postos militares occupados por alguns dos <strong>seu</strong>s membros,<br />

foi urna das primeiras que a Hespanha attrahiu aos <strong>seu</strong>s interesses,<br />

immediatamente depois da guerra peninsular, aproveitando-se para<br />

este fim da desintelligencia que se levantou entre o duque de Wellin-<br />

gton e Francisco da Silveira, conde de Amarante, depois da batalha<br />

de Pamplona, em julho de 1813.<br />

No fim da guerra o governo hespanhol agraciou o conde de Ama­<br />

rante com a gran-cruz da ordem militar de S. Fernando, levando a<br />

sua benevolencia a ponto de lhe enviar as insignias, por um especial<br />

mensageiro graduado, a Villa Real de Traz os Montes. Nem se pode<br />

dizer que esta distincçao lhe foi concedida por <strong>seu</strong>s feitos durante a<br />

guerra peninsular, porque havia muitos outros generaes portuguezes<br />

que fizeram maiores e mais importantes serviços, nenhum dos quaes<br />

foi recompensado pelo governo hespanhol. Cinco mezes depois de re-<br />

bentar a Revohicáo Constitucional do Porto, em 1820, da qual era<br />

presidente Antonio da Silveira, actual visconde de Canellas, irmao do<br />

conde de Amarante, este ultimo foi á Galliza para combinar os <strong>seu</strong>s<br />

planos com a Hespanha, a pretexto de urna peregrinacáo a S. Thiago<br />

de Compostella.<br />

A familia Silveira tomou parte activa naquella revoluçao e imme­<br />

diatamente á sua chegada a Lisboa encetou correspondencia secreta<br />

com o ministro hespanhol, D. José María de Pando, relativamente<br />

aos melhores meios de effectuar a uniáo com a Hespanha. Este negocio<br />

foi tratado por D. José María de Pando de um lado, e do outro por<br />

Antonio da Silveira (visconde de Canellas), Gaspar Teixeira (visconde<br />

de Peso da Regoa), visconde de Santa Martha (José de Sousa Pereira<br />

de Sampaio) e o visconde de Molellos; e foi com este fim que o ultimo<br />

excitou o movimento revolucionario de 11 de novembro de 1820 (vul­<br />

garmente chamado Martinhada, por ser este o dia de S. Martinho),<br />

obrigando os portuguezes pela força das armas a adoptar e a jurar<br />

urna constituicáo egual á de Hespanha.<br />

Mas os portuguezes, que entao nao estavam divididos nos partidos<br />

que agora infelizmente os separam, manifestaram a maior indignacáo<br />

pelo attentado, que consideravam como um violento ultrage; e os ver-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!